O presidente da Romênia, Klaus Iohannis renunciou ao cargo nesta segunda-feira 10. A saída acontece a três meses das eleições no país do leste europeu, marcada pela pressão dos partidos de extrema-direita contra Iohannis, que articulavam pelo seu impeachment.
A Romênia passa por uma crise institucional desde o ano passado. Em dezembro, a Suprema Corte chegou a anular a eleição presidencial, sob o argumento de que o pleito sofreu interferência da Rússia.
O mandato de Iohannis deveria ter terminado no último dia 21 de dezembro, mas a decisão judicial estabeleceu que ele deveria permanecer no poder até o próximo mês de maio.
No pleito do ano passado, Calin Georgescu, candidato da extrema-direita, venceu o primeiro turno com 22% dos votos. A votação chamou a atenção pelo fato de que Georgescu tinha menos de 5% das intenções de voto há poucos dias do pleito.
Diante do processo, a Justiça teve acesso a um relatório confidencial do serviço de segurança do país. O documento apontou que a Romênia teria sido alvo de “ataques híbridos agressivos” de origem russa.
Entre outros pontos, Georgescu defende que a Romênia deixe de apoiar a Ucrânia na guerra contra a Rússia.
Clima instável seguiu
A empreitada da extrema-direita romena, porém, não cessou. Logo no início do ano, as siglas radicais do país entraram com um pedido para que Iohannis saísse do cargo.
O crescimento da força política dos grupos de extrema-direita, aliado ao apoio de siglas tradicionais de centro-direita do país, poderia levar ao impeachment de Iohannis, que, antecipando-se à retirada do poder, decidiu deixar a presidência. Agora, o presidente do Senado, Ilie Bolojan, que é da coalizão do governo, vai assumir como presidente interino.