Um estudo do Laboratório de Política Industrial da Johns Hopkins University publicou um estudo relevante sobre a política industrial brasileira, que merecia ser lido atentamente pelo governo Lula. Bate em teclas que, há tempos, vimos sugerindo aqui: a necessidade urgente de montagem de uma política interministerial e intersetorial para levar adiante o potencial industrial do país.
Aqui um resumo, publicado no Linkedin por Jackson de Toni, professor da ENAP (Escola Nacional de Administração Pública) e analista da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial.
* O Brasil tem grande potencial para ser uma potência na nova ordem geopolítica da transição energética, devido aos seus recursos naturais, capacidade de manufatura e bioeconomia.
* O país tem oportunidades promissoras em setores como minerais críticos, baterias, veículos elétricos, turbinas eólicas, aço de baixo carbono, combustíveis sustentáveis de aviação e fertilizantes verdes.
* A Nova Indústria Brasil (NIB) é uma iniciativa promissora, mas sofre de falta de foco, recursos insuficientes e mecanismos de colaboração pouco claros.
* O Brasil enfrenta desafios como a desindustrialização prematura e a dependência de exportações de commodities para a China.
* O país tem vantagens competitivas como eletricidade limpa e barata, que podem atrair indústrias intensivas em energia (“powershoring”).
✔️ Principais Recomendações
* Focar a política industrial em setores e subsetores específicos, com metas claras e quantitativas.
* Melhorar os mecanismos de coordenação entre governo, indústria, sindicatos e especialistas.
* Investir estrategicamente em educação, inovação e infraestrutura para apoiar os setores prioritários.
* Desenvolver uma estratégia abrangente para a cadeia de valor de baterias, incluindo processamento de minerais e componentes intermediários.
* Aproveitar a bioeconomia e o etanol para desenvolver combustíveis sustentáveis de aviação (SAF) e veículos híbridos flex.
* Focar no desenvolvimento de aço verde utilizando as vantagens em energia limpa e recursos naturais.
* Implementar políticas específicas para fertilizantes verdes, aproveitando o potencial do hidrogênio verde.
* Alinhar a formação profissional e técnica com as necessidades dos setores prioritários da transição energética.
* Criar clusters de conhecimento e inovação em torno das indústrias estratégicas, replicando casos de sucesso como Embraer/ITA e Petrobras/Cenpes.
* Buscar parcerias internacionais estratégicas para transferência de tecnologia e acesso a mercados, especialmente em setores emergentes como SAF e hidrogênio verde.
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