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O escritor Marcelo Rubens Paiva criticou as declarações do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que afirmou que os atos de 8 de janeiro de 2023 não configuraram uma tentativa de golpe de Estado. Paiva, filho do ex-deputado Rubens Paiva, morto durante a ditadura militar, fez a declaração nas redes sociais, apontando que o Brasil ainda enfrenta dificuldades para atingir uma democracia plena.
Marcelo Rubens Paiva usou a plataforma X (antigo Twitter) para rebater a declaração do presidente da Câmara: “Novo presidente do Câmara demonstra que Brasil continuará no atoleiro e nunca alcançará a democracia plena. O desequilíbrio no caso não é das penas, é dele mesmo”, escreveu o escritor.
Novo presidente do Câmara demonstra que Brasil continuará no atoleiro e nunca alcançará a democracia plena. O desequilíbrio no caso não é das penas, é dele mesmo.
Motta diz que 8/1 não foi tentativa de golpe e critica penas aplicadas pelo STF https://t.co/U5XQhu1yWK
— Marcelo Rubens Paiva (@marcelorubens) February 7, 2025
As críticas surgiram após entrevista de Hugo Motta à rádio Arapuan FM, de João Pessoa, na qual ele minimizou os eventos do 8 de janeiro, classificando os manifestantes como “vândalos e baderneiros” e não como participantes de uma tentativa de golpe. Ele argumentou que um golpe exige liderança e apoio de outras instituições, como as Forças Armadas, o que, segundo ele, não ocorreu.
“Foi uma agressão às instituições, uma agressão inimaginável. Mas querer dizer que foi um golpe? Golpe tem que ter um líder, apoio de outras instituições interessadas, como as Forças Armadas. E não teve isso”, afirmou Motta.
Hugo Motta também defendeu que as penas impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a alguns dos condenados podem ser desproporcionais. Ele criticou a sentença aplicada a uma manifestante que, segundo ele, apenas passou em frente ao Palácio do Planalto e recebeu uma pena de 17 anos de prisão.
“Não podemos penalizar uma senhora que passou na frente do Palácio, não fez nada, não jogou uma pedra, e receber 17 anos de pena para regime fechado. Há um certo desequilíbrio nisso. Precisamos punir quem quebrou e depredou, mas sem exageros”, acrescentou.
Outro ponto abordado na entrevista foi a proposta de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro, tema que trâmite no Congresso. Motta destacou que a discussão é delicada e pode gerar tensões entre o Legislativo, o STF e o Executivo.
“Não podemos inaugurar o ano legislativo gerando mais instabilidade. Vamos sentir o ambiente na Casa antes de decidir como tratar esse tema. Não faremos uma gestão omissa, mas sem tocar fogo no país”, disse o presidente da Câmara.
Ele também negou que sua eleição para a presidência da Câmara tenha sido condicionada ao andamento da proposta de anistia, embora tenha admitido que o ex-presidente Jair Bolsonaro tenha pedido que a pauta não fosse prejudicada.
“Na conversa com Bolsonaro, ele pediu: “Se houver acordo no colégio de líderes e ambiente na Casa, não prejudique a pauta da anistia”. O PT, por outro lado, afirmou que “essa pauta não pode andar”. Nossa eleição foi baseada em convergência”, afirmou Motta ao jornal O Globo.
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