Uma operação do Ministério do Trabalho e do Emprego nesta sexta-feira 7 resgatou 18 trabalhadores indígenas em condições análogas à escravidão em Bento Gonçalves (RS). A Secretaria de Assistência Social, a Guarda Municipal e a Polícia Rodoviária Federal participaram da ação.

Os trabalhadores, na maioria integrantes da reserva indígena Kaingang, de Benjamin Constant do Sul (RS), haviam sido contratados por uma empresa terceirizada para a colheita da uva.

Um grupo de dez indígenas procurou a Assistência Social de Bento Gonçalves em 5 de fevereiro, em busca de acolhimento. O órgão, então, acionou o MTE. Os trabalhadores haviam sido dispensados e desalojados sem receber os pagamentos.

Naquele dia, em uma inspeção no alojamento, auditores-fiscais identificaram outros oito trabalhadores em condições inadequadas de trabalho e de alojamento. Ao todo, eram 12 homens e seis mulheres, com idades entre 17 e 67 anos, em condições precárias.

O alojamento se resumia a um galpão de madeira om canchas de bocha, sem piso adequado, paredes seguras ou cobertura em boas condições. Também não havia dormitórios ou camas, e os trabalhadores dormiam em colchões espalhados pelo chão, atrás do bar, em áreas improvisadas e até dentro das canchas de bocha.

Relatos dão conta de que o local chegou a receber cerca de 40 pessoas — entre os alojados havia até um bebê e uma criança de cinco anos, filhos de trabalhadores.

A empresa prestadora de serviços foi notificada a quitar os valores devidos e a custear o retorno dos trabalhadores às suas cidades de origem. Na noite da última quinta-feira 6, dez indígenas voltaram para casa. O MTE emitirá o Seguro-Desemprego Especial aos resgatados, com três parcelas de um salário mínimo.

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Last Update: 08/02/2025