A turnê Tô Voltando começou em 2023, quando a cantora Simone percorreu mais de 30 cidades pelo País. Agora, ela lança o álbum 50 (Ao Vivo), pela gravadora Biscoito Fino, com canções da série de apresentações.

Simone conta a CartaCapital ter combinado com o produtor Marcus Preto fazer uma comemoração dos 50 anos de carreira, com pelo menos 20 músicas que ficaram conhecidas em sua voz. A exceção seria Divina Comédia Humana, de Belchior, que deveria ter sido gravada pela intérprete em seu disco Face a Face (1977), mas não entrou no trabalho.

“Era uma música que tinha sido feita para mim e que chegou a hora de gravar. Ele (Belchior) fez a música para mim. Ela foi censurada. Aí, ele mudou um pouco a letra, alterou algumas coisas e um ano depois ela foi gravada (por Belchior)”, relata.

Simone atribui a gravação da música neste momento a uma espécie de redescoberta de Belchior. “Não tem nada a ver com a morte dele. Não faço uma coisa aproveitando-me de uma pauta.”

A gravação ao vivo conta com 20 faixas e é composta por sucessos de sua carreira, como Tô que Tô (Kleiton e Kledir), O que Será (Chico Buarque), Começar de Novo (Ivan Lins, Vitor Martins), Cigarra (Milton Nascimento, Ronaldo Bastos), Jura Secreta (Abel Silva, Sueli Costa), Um Desejo Só Não Basta (Fausto Nilo e Francisco Casaverde), Separação (Paulo Sergio Valle e José Augusto), Tô voltando (Paulo César Pinheiro e Maurício Tapajó), entre outras. O repertório com diversidade de compositores é uma marca da carreira da intérprete.

Ela conta ter sido criada em uma família livre de preconceito musical e na qual se ouvia de tudo. Seu pai, por exemplo, era fanático por ópera, enquanto a mãe “era do lado mais popular”.

No álbum 50 (Ao Vivo), a única canção mais recente gravada pela cantora é Boca em Brasa, de Juliano Holanda e Zélia Duncan, registrada no disco Da Gente (2022). Zélia faz duo com Simone nessa faixa, assim como nas duas seguintes. É a única participação especial.

“Zélia é uma pessoa ímpar, que quero ter sempre ao meu lado. Sinto segurança trabalhando com ela”, exalta.

Simone também ressalta a diferença entre os shows deste momento e os de sua primeira turnê após a pandemia, quando as pessoas ainda compareciam usando máscaras. “Não se podia sair. E com todos os demônios tinha aquele governo com as negações, a falta de informação, o descuido.”

Agora, por outro lado, ela percebe um ar de reencontro nas apresentações.

Simone volta à estrada em 22 de março, inicialmente em São Paulo, no Tokio Marine Hall. Segundo ela, haverá substituição de dez músicas em relação à turnê Tô Voltando.

“Vou cantar música que nunca cantei. Tem músicas difíceis de sair do show por dois motivos: porque gosto de cantar e sou agradecida e porque o público exige. Não tenho nenhum problema de cantar sucessos, as músicas que me fizeram conhecidas do grande público.”

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Last Update: 08/02/2025