Ex-ministro de segurança de “Israel”, Joabe Galant, admitiu que o as forças de ocupação sionistas utilizaram a Diretriz Aníbal durante a guerra, assassinando diversos dos prisioneiros em Gaza. A Diretriz Aníbal foi projetada para impedir que sodados israelenses fossem capturados vivos como prisioneiros de guerra, ordenando que os próprios soldados israelenses assassinassem uns aos outros, caso fossem capturados.
Galant também criticou o ex-ministro de segurança da polícia, Itamar Bem-Gvir, por sua invasão a Mesquita de al-Aqsa, afirmando que isso “inflamou a situação”.
Em sua primeira entrevista desde que foi demitido do gabinete de segurança de Netaniahu, Galant foi questionado pelos entrevistadores da imprensa israelense Canal 12 sobre a Diretriz Hannibal:
“A Diretriz Aníbal foi ordenada? Uma diretriz que diz ‘atirar para matar’ quando há um veículo com um refém israelense”, questionou a entrevistadora.
“Acho que, taticamente, em diferentes lugares, esse procedimento [Diretriz Hannibal] foi dado e, em outros, não foi dado, e isso é um problema”, afirmou Galant.
O ex-ministro de segurança foi demitido por Netaniahu em novembro de 2024, alegando uma quebra de confiança durante a guerra. Em declaração, Netaniahu citou que discordâncias estratégicas substanciais haviam surgido entre ele e Gallant. No mês anterior, a imprensa israelense informou que Netaniahu estava tentando demitir Galant, citando sua “obstrução à expansão do ataque ao Líbano”.
O exército israelense vem sofrendo uma onda de demissões após os fracassos ocorridos no 7 de outubro de 2023. Segundo o jornal sionista Canal 13, a situação é como uma “onda de choque dentro do exército”.
O chefe militar de “Israel”, tenente-general Herzi Halevi, anunciou sua demissão no dia 21 de janeiro, citando alegando responsabilidade pelo “fracasso” dos militares durante a operação de 7 de outubro da Resistência Palestina. Na sua carta de demissão, publicada pelo exército, Halevi declarou que estava deixando o cargo “devido ao meu reconhecimento de responsabilidade pelo fracasso [militar] em 7 de outubro”.
Embora Halevi afirme que sua saída ocorre em meio a “sucessos significativos” das forças de ocupação, o tenente-general admitiu que “nem todos” os objetivos da guerra foram alcançados. Ademais, o major-general, Yaron Finkelman, comandante do comando militar “israelense” do sul, responsável por supervisionar Gaza, também renunciou.
Em um discurso televisionado na noite de sua renúncia, Halevi enfatizou que as forças armadas israelenses “devem fornecer respostas para o fracasso de 7 de outubro e aprender com seus erros”.
Após a Operação Dilúvio de al-Aqsa, liderada pelo Hamas, a imprensa imperialista não poupou esforços para alegar a “sanguinolência” do Hamas e quanto os israelenses sofreram com a incursão do movimento de resistência. Entretanto, agora, sabe-se que isto não se passa de uma manobra de propaganda. A realidade é que o próprio governo de “Israel” deu a ordem para que seus soldados matassem a maior parte dos prisioneiros israelenses durante a operação realizada no 7 de outubro de 2023.
Já em 2024, uma investigação do jornal israelense Haaretz, com base em documentos e depoimentos de soldados, demonstrou que o exército sionista começou a abater s seus civis às 7h18 – apenas 52 minutos após o início da ofensiva. Por iniciativa da Divisão local de Gaza, a Diretriz Aníbal foi executada imediatamente, menos de uma hora após o início da ofensiva palestina.
Relatos da própria imprensa israelense confirmaram que a Diretriz Aníbal, que autoriza o assassinato de civis de “Israel”, não foi apenas reativada em 7 de outubro – se é que realmente desapareceu – mas foi estendida aos civis israelenses capturados a caminho de Gaza.
Segundo informações do portal Intifada Eletrônica “Israel” expandiu o uso da Diretriz Aníbal após o 7 de outubro, assassinando civis capturados durante a operação. O portal afirmou ainda que o uso desta diretriz já havia sido confirmado pela ONU em junho de 2024, porém, até o momento, seguia sendo negado pelas autoridades israelenses.
Ataques de helicópteros, drones, tanques e até mesmo tropas terrestres israelenses foram deliberadamente realizados para impedir que combatentes palestinos capturassem prisioneiros israelenses vivos, que poderiam ser trocados por prisioneiros palestinos. Ao meio-dia do dia 7 de outubro de 2023, uma ordem inequívoca foi dada pelo alto comando militar israelense (o chamado quartel-general “Pit”, bem abaixo do edifício Haquiria de “Israel”, no centro de Telavive) para invocar a Diretriz Aníbal em toda a região, “mesmo que isso signifique colocar em risco ou prejudicar as vidas de civis na região, incluindo os próprios prisioneiros”.
Segundo o relato de Chen Almog-Goldstein, prisioneira de guerra capturada pelo Hamas, ao The Guardian os israelenses estavam bombardeando o local em que foi capturada.
O bombardeio “estava se aproximando de nós a ponto de os guardas do Hamas colocarem colchões no chão para nos cobrir, e então nos cobriram com seus corpos para nos proteger dos tiros de nossas próprias forças”.
“Todos os dias no cativeiro eram muito difíceis”, disse um ex-detento em uma reunião com lideranças israelenses. “Eu estava em uma casa quando havia bombardeios por toda parte. Estávamos sentados em túneis e tínhamos muito medo de que, não o Hamas, mas Israel nos matasse, e então eles diriam: ‘O Hamas matou você. ’”.