O presidente do Panamá, José Raúl Mulino anunciou o cancelamento do acordo econômico da “Nova Rota da Seda” feito com a China. A decisão foi comunicada na última quinta-feira (6).
Segundo Mulino, o acordo não trouxe qualquer benefício e acabou sendo desfeito. Recentemente, o presidente Donald Trump ameaçou tomar o controle do território do Panamá, com a justificativa que a China estaria tendo grande influência ali.
O anúncio foi feito durante entrevista coletiva e após quatro dias da visita do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio.
O presidente José Raúl Mulino negou que os EUA tenham interferido ou influenciado a saída do país do acordo.
“Essa decisão foi tomada por mim. E eu conversei bastante antes da reunião com Rubio, considerando todos os antecedentes. E me permite avaliar a relação bilateral com a China.”, afirmou o chefe de Estado.
Mulino também confirmou que o governo agiu da forma necessária e que a embaixada do Panamá em Pequim teria apresentado o documento anunciando o cancelamento do contrato com 90 dias de antecedência, como prevê o acordo.
Após o anúncio da quebra de contrato, o presidente panamenho disse, através de suas redes sociais, que pretende conversar com Trump, ainda nesta sexta-feira (7), por telefone. Os EUA, consideram que essa iniciativa de investimentos busca ampliar a influência de Pequim no mundo, sendo um perigo para a segurança nacional.
Segundo o jornalista William Waack, do portal da CNN Brasil, essa só é mais uma da série de intimidações que os Estados Unidos têm feito sobre o governo panamenho desde a eleição de Donald Trump, que afirma repetidamente que pretende tomar o controle do Canal do Panamá, independente que seja preciso usar a força de militares.
“Queremos isso de volta, ou vamos conseguir algo muito forte, ou vamos retomar. E a China será enfrentada.”, disse Trump na última segunda (3).
A Rota da Seda tem um orçamento de investimento trilionário, que tem foco destinado à construção de obras de infraestrutura, sendo considerada como uma estratégia da China para se aproximar da América Latina.