O pleno desenvolvimento do Brasil passa pela atuação fundamental do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que, em 2024, aprovou R$ 64,17 bilhões para a compra de máquinas e equipamentos. Em 2023, o total de aprovações em linhas que financiam compras de bens de capital foi de R$ 60,15 bilhões. Impulsionado pelo financiamento do BNDES, o setor cresceu mais de 9% em 2024.

Tudo isso ocorre em um cenário de aumento do arrocho monetário pelo Banco Central em que, paralelamente, o BNDES disponibiliza linhas de crédito para prover a modernização da indústria pela inovação, a dinamização das cadeias produtivas e a geração de empregos de maior qualificação.

“É o comando do presidente Lula e o trabalho do vice Geraldo Alckmin no MDIC, e de Aloizio Mercadante no BNDES. Parabéns a todos e parabéns, Brasil!”, comemorou a presidenta do PT Gleisi Hoffmann, em suas redes sociais, em postagem sobre o bom resultado do crescimento da indústria em 2024 (3,1%). “É o resultado do aumento geral do emprego, dos salários e da renda, que puxam o consumo, combinado com os estímulos para inovação e financiamento da indústria”, destacou.

NIB revoluciona

Depois de desprezada nos últimos anos pelos governos anteriores, a indústria brasileira vive um momento muito positivo devido principalmente ao programa Nova Indústria Brasil (NIB) lançado pelo presidente Lula no início de 2024. Via NIB, o BNDES destinou quase R$ 182 bilhões ao Plano Mais Inovação.

“O que a gente tem visto é um setor industrial cada vez mais forte e mais robusto. E estamos com uma demanda que tem se mantido em 2025”, afirmou o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luis Gordon ao jornal Valor. Ele ressaltou que a demanda por crédito da indústria no segundo semestre se comparado ao semestre anterior.

“Depois de muitos anos, a indústria voltou a ter mais aprovação do BNDES que o agronegócio”, assinalou Gordon, ao destacar que o BNDES aprovou, só em janeiro deste ano, mais de R$ 10 bilhões para diferentes setores da economia.

Além do Plano mais Inovação, o NIB tem o Plano Mais Produção que teve incremento de mais de R$ 200 bilhões. O Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) informou ao Valor que os recursos passaram de R$ 300 bilhões para R$ 507 bilhões em linhas de crédito. O MDIC também destacou a Depreciação Acelerada, que tem previsão inicial de R$ 3,4 bilhões em créditos financeiros para 2024 e 2025.

Amplo leque de opções

No governo do presidente Lula o BNDES retomou seu protagonismo e passou a oferecer diversas opções de financiamento. A Letra de Crédito de Desenvolvimento (LCD) fomenta investimentos de longo prazo. Foram captados R$ 9 bilhões na primeira emissão de LCD, em dezembro de 2024.

O BNDES tem também o Fundo Clima, com juros de 1% a 8% ao ano para projetos com pegada reduzida de carbono, além da taxa referencial (TR) para projetos de inovação. Gordon sugeriu um ‘blend’ entre o Fundo Clima e taxas de mercado, ou entre o ou entre o Mais Inovação e taxas de mercado. “É um modelo diferencial”, disse ele, ao acrescentar que o banco tem a linha Máquinas e Serviços, substituta do Finame.

Em entrevista ao Valor, o economista Rafael Cagnin, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), afirmou que a LCD pode ser um “mitigador” dos efeitos de alta da Selic, assim como o programa de depreciação acelerada. O projeto do governo federal permite à indústria deduzir, em até dois anos, investimentos em máquinas e equipamentos da base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSll), informou o jornal.

Herança maldita

Todo o empenho do governo federal para reindustrializar e desenvolver o país esbarra nas altas das taxas de juros praticadas pelo Banco Central, uma das muitas heranças malditas do governo Bolsonaro. “Juro alto tira fôlego do setor de bens de capital em 2025”, diz o título da matéria do jornal Valor, que destaca que a política monetária restritiva é o que prejudica resultados melhores da indústria brasileira.

Depois de crescer 9,1% em 2024, a produção de bens de capital no mercado interno deve desacelerar em 2025, apontam especialistas consultados pelo Valor. A perda de ritmo teve início no último trimestre do ano passado e deve continuar neste ano, com a previsão de enfraquecimento da atividade econômica devido à política monetária mais restritiva.

O pesquisador do IBGE André Macedo, analisou que a perda de fôlego no último trimestre se deve ao contexto macroeconômico. “O câmbio em patamar mais alto também traz uma pressão de custo para as empresas”, assinalou, em entrevista ao Valor.

A análise de Macedo vai na linha do economista do IEDI, Rafael Cagnin. Ele avalia que a produção industrial é mais sensível aos juros não só pela necessidade de financiamento, mas também pelo chamado custo de oportunidade.

“Quando você aumenta os juros, você automaticamente bloqueia investimentos com uma expectativa de retorno menor que os juros praticados na economia. Então isso paralisa mesmo projetos de investimento e, consequentemente, afeta em cheio a indústria de bens de capital”, concluiu.

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Last Update: 06/02/2025