Em vez de aumentar, a incidência da tuberculose em todo o país deve aumentar nos próximos anos, tendo em vista que as políticas públicas atuais não são suficientes para cumprir a meta estipulada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) até 2030.
O estudo coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Bruno Bezerril, foi publicado no The Lancet Regional Health – Américas e demonstrou que, ainda que a meta determinada pela OMS seja inferior a 6,7 casos por 100 mil habitantes, o Brasil, que em 2023 registrou 39,8 casos por 100 mil habitantes deve chegar a 42,1 doentes por 100 mil habitantes nos próximos cinco anos.
O aumento resulta de uma combinação de fatores, entre eles o encarceramento da população e a comorbidade facilitada em pessoas com HIV e diabetes mellitus.
Existem ainda dois fatores técnicos limitados: a falta de coberturas de terapia diretamente observada (DOT) e a conclusão de tratamento preventivo (TPT), pois se a cobertura fossem ampliada, junto com os esforços para reduzir a incidência entre populações mais vulneráveis, o indicador poderia cair para 18,54 casos por 100 mil habitantes até 2030.
Os pesquisadores apontaram ainda o acesso limitado à saúde, a não adesão ao tratamento, o impacto da pandemia de Covid-19 e a falta de ações inovadoras para evitar o contágio realizadas na última década como outros fatores que mantém a alta de casos no país.
Como alternativa, Bezerril e equipe sugerem o aprimoramento de programas de controle da doença nos presídios, acesso ao TPT, aumento de testes e cogestão em casos em que os pacientes já apresentam HIV e diabetes.
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