O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes manteve a prisão do tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira, suspeito de envolvimento no plano para sequestrar e até assassinar o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e Moraes.
A decisão é da última terça-feira 4, mas chegou ao sistema do STF nesta quinta 6.
A Polícia Federal prendeu o militar do Exército em novembro, na Operação Contragolpe. A diligência foi parte da investigação sobre a trama golpista para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder após a eleição de 2022.
A defesa buscava a substituição da prisão por medidas cautelares, sob alegação de falta de justificativa para a privação de liberdade.
Na Contragolpe, a PF prendeu quatro integrantes do Exército ligados às forças especiais, os chamados “kids pretos”: além de Rafael Martins de Oliveira, os alvos foram o general Mário Fernandes, o tenente-coronel Helio Ferreira Lima e o major Rodrigo Bezerra Azevedo. Outro preso é o policial federal Wladimir Matos Soares.
A polícia teve acesso a mensagens de um grupo de conversas criado pelos golpistas no aplicativo Signal e chamado “Copa 2022”, com o objetivo de monitorar Moraes. Os militares receberam codinomes de países, como Alemanha, Austria, Japão e Gana.
“Apesar de todas as pressões realizadas, o general Freire Gomes e a maioria do alto comando do Exército mantiveram a posição institucional, não aderindo ao golpe de Estado. Tal fato não gerou confiança suficiente para o grupo criminoso avançar na consumação do ato final e, por isso, o então presidente da República Jair Bolsonaro, apesar de estar com o decreto pronto, não o assinou. Com isso, a ação clandestina para prender/executar ministro Alexandre de Moraes foi abortada”, diz o relatório da PF encaminhado ao STF.