No Maranhão há uma crescente violência e investidas contra as terras quilombolas na região. O estado figura entre os com maior número de ataques de latinfudiários-grileiros contra as comunidades dos quilombos em todo o país.
No município de São Benedito do Rio Preto, que, anteriormente, no ano de 2023, a comunidade Baixão das Rochas foi invadida, teve suas plantações, residências e casas de farinha destruídas, seus animias mortos, seus alimentos roubados, e seus moradores torturados de maneira física e psicológica, para, após o episódio, o governo estadual se propor a “pacificar” a área regularizando apenas cerca de 30 por cento do território para seus moradores tradicionais e deixando todo o restante para os mesmos latifundiários que cometeram a invasão com os inúmeros crimes citados anteriormente, agora o território de Cancelas, que também já vinha sido atacado recorrentemente por grileiros das mais diversas formas, há cerca de duas semanas as terras de sua comunidade invadidas por 14 tratores com correntões que desmataram grandes extensões da mata. A população se mobilizou e com cerca de 70 pessoas dispostas na frente das máquinas conseguiram expulsar os tratoristas do território.
Em resposta os grileiros voltaram ao local e atearam fogo, destruindo os locais onde os moradores utilizam para os roçados e a caça e coleta de alimentos, atingindo mais 1000 hectares de mata. O conflito no território de Cancelas já dura alguns anos e mesmo com todas as comprovações legais de ser uma área quilombola que abriga centenas de famílias a Justiça maranhense deferiu liminar favorável ao fazendeiro para impedir as famílias de acessarem suas roças e fazer a coleta de coco babaçu, empurrando toda a comunidade do quilombo para uma situação precária de fome e desalento, apenas com a ajuda vinda da solidariedade de outras comunidades e de movimentos sociais. Cada vez mais é deixado claro o viés do aparato estatal maranhense neste conflito: favorecer os latifundiários sempre que possível, mesmo que tenha que ir contra sua própria lei.