A jornalista Miriam Leitão. Foto: Reprodução

Em coluna intitulada “A queda do dólar mostra que estava errado o diagnóstico de que subia por causa do fiscal”, publicada no jornal O Globo, a jornalista Míriam Leitão teceu considerações sobre a oscilação do dólar, que após chegar aos R$ 6,28, voltou para a média de R$ 5,80. Confira trechos:

É difícil explicar os movimentos do dólar. Após 12 sessões consecutivas de queda, que resultaram numa valorização de 6,6% do real, o dólar opera nesta quarta-feira em alta. A moeda americana começou o dia R$ 5,75, chegou a ser negociada por pouco mais de R$ 5,80 e, no fim da manhã, operava a R$ 5,79. Hoje conversei com um economista sobre câmbio e ele disse que o dólar está “leve” para subir e difícil para cair. Qualquer movimento que aconteça, instabilidade, novidade fora do radar, leva o dólar para cima. A moeda continua mais volátil, mas em patamar próximo ao dos R$ 5,80, lembrando que em 18 de dezembro, chegou a ser cotada R$ 6,28.

No fim do ano, houve um movimento de saída de dólares do Brasil, que ajudou a elevar a cotação, mas a valorização da divisa não aconteceu só por aqui, foi global, às vésperas da posse de Donald Trump. A perspectiva de uma política protecionista que se estima vá produzir mais inflação nos Estados Unidos e, consequentemente, juros mais altos por lá, fortaleceu a moeda americana ao redor do mundo. (…)

Por fim, o governo cumpriu a meta de déficit. Está certo que algumas coisas foram tiradas da conta, uma delas com toda razão: o desembolso feito para contornar a tragédia do Rio Grande do Sul. Os recursos investidos nas chuvas gaúchas, uma emergência climática, representaram 0,5% do PIB. Se a meta foi cumprida e a exceção foi feita corretamente, isso quer dizer que não estava acontecendo uma piora fiscal tão grande quanto alardeava o mercado para justificar o salto do dólar. Prova disso é que a questão fiscal não se alterou e o movimento da moeda americana se inverteu neste início de ano. (…)

As oscilações do dólar afetam também a inflação, que há meses roda acima do teto, preocupando a todos. A cotação da moeda americana caindo reduz a pressão inflacionária, inclusive sobre o preço dos alimentos. Somado a isso, tem a previsão de uma boa safra, que indica também alívio sobre a inflação de alimentos. Não vai haver queda como em 2023, mas vai desacelerar em relação a 2024. Outra notícia que pode ter impacto sobre a inflação é a desaceleração da economia. (…)

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Last Update: 05/02/2025