No dia 29 de janeiro, aconteceu a primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, sob o comando do novo presidente da instituição, empossado pelo governo Lula, Gabriel Galípolo.

A reunião do Copom, mais uma vez, aumentou a taxa de juros, que passou de 12,25% para 13,25%, ou seja, um aumento de 1 ponto percentual na taxa de juros.

É claro que a justificativa para mais esse aumento na taxa de juros vai no sentido de satisfazer os interesses dos especuladores financeiros, quando culpa a alta do dólar, o preço dos alimentos e a inflação pelo aumento, sendo que todo mundo sabe que essa política visa satisfazer o apetite dos banqueiros nacionais e internacionais.

Com esse aumento da taxa Selic em 1%, são R$ 55 bilhões a mais de gastos com juros por ano que entram nos bolsos dos banqueiros parasitas da economia nacional. Valor superior, inclusive, à cifra estipulada no famigerado pacote de gastos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que onera os mais pobres e está previsto para o ano de 2025, totalizando cerca de R$ 30 bilhões.

Uma coisa que chama atenção com essa medida do Banco Central, de aumentar a taxa Selic, que atinge profundamente as condições de vida dos trabalhadores e da população em geral, é a total paralisia das entidades de luta da classe trabalhadora, principalmente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e seus mais de 4 mil sindicatos filiados. Em momentos anteriores, quando o BC decidia aumentar a taxa básica de juros, ao menos a CUT se manifestava criticando a medida. Agora, nem sequer uma nota foi divulgada em seus veículos de comunicação antes da reunião do Copom. Organizar um ato, então, nem se fala. Ficou restrito a uma nota, depois do fato consumado, sendo que já estava anunciado pelos quatro cantos, pelos monopólios da comunicação, que o BC elevaria a taxa de juros.

Ao contrário disso — e aí deve-se tirar o chapéu — para a iniciativa da direção do Sindicato dos Bancários de Brasília, que, conjuntamente com o movimento “Juros Altos, Povo Lascado”, realizou um ato em frente ao Banco Central no dia 28, antes da reunião do Copom, contra os juros altos.

Além do ato, as entidades protocolaram um documento do sindicato apontando que a política de juros altos “afeta o povo brasileiro e coloca mais dinheiro no bolso dos ricos; queremos a democratização do Conselho Monetário Nacional, queremos a participação do povo na tomada de decisões, não apenas que os ricos tenham influência. Iniciamos uma série de lutas até baixar os juros”, declarou o presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Eduardo Araújo. (Site Bancários DF, 28/01/2025)

É preciso apoiar tais atos e impulsionar essas mobilizações. É necessário tirar as bases sindicais, operárias, camponesas e também o conjunto do povo da paralisia, mobilizá-los em torno da defesa dos interesses dos trabalhadores e do povo brasileiro. É preciso chamar os trabalhadores a lutar contra a independência do Banco Central, contra a transformação do BC em empresa pública e contra os sanguessugas do mercado financeiro. Deve-se exigir já a estatização de todo o sistema financeiro nacional e seu controle pelos trabalhadores.

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Last Update: 05/02/2025