Nesta segunda-feira (03), o Serviço de Inteligência Externa da Rússia (SVR) afirmou que os países da Organização do Tratado Atlântico Norte (OTAN), basicamente um exército comandado pelos EUA, e que atua primariamente no continente Europeu, estão planejando uma campanha difamatória contra Vladrimir Zelensqui, atual presidente da Ucrânia, com a finalidade de derrubá-lo do poder.

Alçado a presidente em 2019, e mantido no poder desde então pelo imperialismo, Zelensqui é formalmente um presidente ilegítimo desde maio de 2024, quando deveria ter ocorrido eleições presidenciais na Ucrânia, mas que foram adiadas para esse ano de 2025 sob a justificativa de lei marcial, em razão da guerra.

Diante dessa situação, o SVR informa que “a OTAN gostaria de ver o chefe do regime de Kiev ir embora, idealmente por meio de uma eleição pseudodemocrática. A aliança avalia que essa eleição será realizada na Ucrânia no máximo neste outono. Antes da campanha eleitoral, a sede da OTAN está tramando planos para uma campanha massiva de difamação para minar a credibilidade de Zelensqui“, conforme noticiado pela agência de notícias TASS.

A inteligência russa também revelou que o imperialismo se utilizará da tradicional campanha anticorrupção para derrubar Zelensqui, através das eleições. Segundo o SVR, plano é “tornar públicas as informações de que o ‘presidente’ e seu círculo íntimo desviaram mais de US$ 1,5 bilhão de fundos destinados à compra de munições“., expondo também  “um esquema no qual pagamentos destinados a 130.000 soldados ucranianos mortos — que permanecem oficialmente listados como pessoal em serviço ativo — foram canalizados para o exterior por Zelensqui e seus associados“, assim como o envolvimento de Zelensqui “na venda de grandes quantidades de armas e veículos doados pelo Ocidente para vários grupos armados em países africanos“.

Segundo o SVR, o imperialismo estaria se movimentando para colocar um fim à guerra, mas pressionando a Rússia, e não apenas a Ucrânia. Nessa conjuntura, a agência afirma que Zelensqui estaria sendo um obstáculo para isto: “Washington e Bruxelas parecem concordar que o principal obstáculo à implementação de tal cenário é Zelensqui, que é referido nos círculos ocidentais como nada mais do que ‘material descartável”, destacando também que os militares ucranianos “muito em breve serão incapazes de conter o crescente ataque do exército russo” e que, “com Donald Trump chegando ao poder nos EUA, há uma incerteza crescente sobre a continuação da assistência militar do Ocidente a Quieve“.

Não coincidentemente, neste sábado (1º), o enviado especial dos EUA para a Ucrânia, Keith Kellog, expôs a intenção dos EUA que eleições sejam realizadas no país do leste europeu. Naturalmente, o enviado do imperialismo utilizou-se da demagogia democrática: “Acho que é bom para a democracia. Essa é a beleza de uma democracia sólida, você tem mais de uma pessoa potencialmente concorrendo“, declarou Kellog.

Em notícia relacionada, o ex-presidente golpista ucraniano, Pyotr Poroshenko, o primeiro eleito após o Euromaidan (golpe perpetrado em 2014 pelo imperialismo, sob a forma de revolução colorida), declarou neste domingo (02), que o Zelensqui vem fracassando em estabelecer comunicação com o novo governo dos EUA, no que diz respeito a uma resolução do conflito. Há cerca de um mês, Poroshenko chegou a expressar apoio à iniciativa de Trump de acabar com o conflito, uma tentativa de se lançar como homem de confiança do novo governo dos EUA para as próximas eleições ucranianas.

Durante sua campanha eleitoral, Donald Trump expressou inúmeras vezes sua intenção de colocar um fim à guerra na Ucrânia, chegando inclusive a afirmar, de forma demagógica, que a guerra estaria terminada em 24 horas a partir de quando ele tomasse posse, o que não aconteceu. Falando a jornalistas neste domingo (02) a respeito da guerra na Ucrânia, Trump declarou que “temos reuniões e conversas agendadas com várias partes, incluindo Ucrânia e Rússia, e acho que essas discussões estão indo muito bem”. Seu enviado para a Ucrânia, Keith Kellog, já citado, declarou que uma resolução para a guerra poderia ser alcançada meses: “Não estamos falando de anos. Temos um plano de ação sólido”, disse ele.

Apesar destas declarações, nesta segunda-feira (03), Dimitri Peskov, porta-voz do Krêmlin, declarou que “não há nenhuma novidade” no que diz respeito sobre qual será o conteúdo da eventual reunião entre Vladimir Putin, presidente da Rússia, e Donald Trump.

A demora de Trump em encerrar a guerra de agressão contra a Rússia dá-se em razão de que o imperialismo tem a necessidade de que um possível acordo de paz não se apresente como uma derrota catastrófica e também em tentar reduzir o tamanho de eventual vitória da Federação Russa.

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Last Update: 04/02/2025