O governo israelense, com o aval do imperialismo norte-americano e europeu, ordenou o fim das operações da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA). A medida, aprovada pelo parlamento israelense (Knesset) em outubro de 2024, é um ataque direto à sobrevivência de milhões de palestinos que dependem da agência para acesso a alimentos, saúde, educação e outros serviços básicos.

A decisão, que proíbe a UNRWA de atuar em territórios sob controle israelense e criminaliza qualquer contato entre autoridades israelenses e a agência, foi amplamente condenada até por países minoritários do bloco imperialista, como Bélgica, Irlanda, Luxemburgo, Malta, Noruega, Eslovênia e Espanha. No entanto, a hipocrisia desses governos é evidente: enquanto deploram a medida, continuam a financiar e armar o Estado sionista, perpetuando a ocupação e o apartheid contra o povo palestino.

Criada em 1949 pela Assembleia Geral da ONU, a UNRWA foi estabelecida para fornecer assistência humanitária aos 750 mil palestinos expulsos de suas terras durante a Nakba (“catástrofe”), evento que marcou a criação do Estado de “Israel” em 1948 com o apoio dos países imperialistas. Hoje, a agência atende cerca de 5,9 milhões de refugiados palestinos em 58 campos espalhados pela Cisjordânia, Faixa de Gaza, Jordânia, Líbano e Síria. Na Palestina ocupada, a UNRWA é a principal provedora de serviços essenciais além do Hamas, como educação, saúde, alimentação e assistência social, em um local onde toda ajuda é impedida pelo inimigo sionista. A agência oferece educação gratuita para mais de 300 mil crianças, atendimento médico primário para 2 milhões de pessoas e distribui alimentos para 1,13 milhão de habitantes da Faixa de Gaza, onde metade da população depende diretamente de sua ajuda para sobreviver.

A decisão israelense de proibir a UNRWA é mais um passo no projeto genocida de limpeza completa do povo palestino. Desde outubro de 2023, quando o Hamas liderou uma operação heroica contra as forças de ocupação israelenses, o Estado sionista intensificou sua campanha de terror contra Gaza e a Cisjordânia. Mais de 47 mil palestinos foram mortos, incluindo milhares de crianças, e mais de 111 mil ficaram feridos.

Durante a guerra, a agência forneceu alimentos para 1,9 milhão de pessoas, atendimento médico para 1,6 milhão e apoio psicossocial para 730 mil. Além disso, garantiu acesso à água potável para 600 mil pessoas e coletou mais de 10 mil toneladas de resíduos sólidos. 272 funcionários da UNRWA foram mortos por “Israel” em 665 ataques israelenses, e 205 instalações da agência foram danificadas. A proibição de suas operações não apenas aprofundará a crise humanitária, mas também servirá como uma cortina de fumaça para o genocídio em curso.

A proibição da UNRWA não ocorre no vácuo. Ela é parte de uma estratégia coordenada entre “Israel” e seus aliados imperialistas, principalmente os Estados Unidos e a União Europeia, para aniquilar a resistência palestina e consolidar o controle sionista sobre a Palestina histórica. Os EUA, que fornecem bilhões de dólares em ajuda militar à canalha sionista todos os anos, têm sido cúmplices diretos dos crimes de guerra cometidos pelo Estado sionista.

A União Europeia, por sua vez, enquanto condena publicamente a violência israelense, continua a financiar e armar o regime de apartheid. Em janeiro de 2024, quando “Israel” acusou funcionários da UNRWA de participarem nos ataques do Hamas, os EUA e a Suécia foram os únicos países a manter o congelamento de fundos para a agência. Essa decisão não foi baseada em evidências, mas sim em uma tentativa de deslegitimar a UNRWA e justificar o cerco genocida contra Gaza.

Enquanto o imperialismo e o sionismo avançam em seu projeto de extermínio, a Resistência Palestina, liderada pelo Hamas, continua a lutar heroicamente pela libertação de sua terra. A operação de 7 de outubro de 2023 foi um ato de legítima defesa contra décadas de ocupação, apartheid e violência. O Hamas não é um “grupo terrorista”, como tentam pintar os meios de comunicação burgueses. É um movimento de resistência que defende o direito do povo palestino à autodeterminação e à liberdade. Sua luta é justa e necessária, e deve ser apoiada por todos que se opõem ao imperialismo e ao colonialismo.

A proibição da UNRWA é mais uma tentativa de apagar a história e a identidade do povo palestino. No entanto, como demonstrou a resistência heroica do Hamas, o povo palestino não será silenciado. Enquanto o imperialismo e o sionismo continuarem a oprimir e massacrar, a resistência seguirá viva. E, como dizem os palestinos, “a terra permanece, e o povo permanece”.

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Last Update: 02/02/2025