Fiquei chateado com a demissão de Rodrigo Bocardi por “descumprir normas éticas do jornalismo da Globo”, conforme comunicado da empresa.
Sempre achei que, mesmo com atraso, Bocardi seria o jornalista da Globo que iria noticiar e comentar o jantar oferecido pelo véio da Havan a oito desembargadores e dois juízes de Santa Catarina, no dia 16 de dezembro num casarão em Brusque.
Sempre achei que, pelo cumprimento de seu dever ético com o jornalismo, a Globo, com centenas de jornalistas, iria noticiar o banquete.
Folha, Estadão, todos os outros veículos da grande imprensa e todos os da imprensa chamada de alternativa noticiaram o escandaloso jantar, a partir de furo de Vinicius Segalla, no Diário do Centro do Mundo. Todos, menos a Globo.
Os veículos da Globo, com suas rígidas regras em defesa da ética no jornalismo, não deram uma linha sobre o banquete que afastou três desembargadores do Tribunal de Justiça de SC do julgamento de processos envolvendo o véio da Havan. Não saiu nada no jornal O Globo, na TV Globo e na GloboNews. Nada.
Pois eu esperava que, com essa determinação pelo bom jornalismo com sentido ético, a Globo finalmente escalaria Rodrigo Bocardi para falar do jantar, que será investigado pelo Conselho Nacional de Justiça, se é que será mesmo.
Quando eu estava certo de que Bocardi noticiaria o banquete e daria sua opinião sobre o caso, mesmo com um certo atraso, por ser muito cuidadoso, a Globo, em nome de valores éticos do seu jornalismo, decidiu mandar Bocardi embora.
Passo a conviver com essa frustração, sabendo que Bocardi sempre foi um jornalista de opinião e que a Globo preza pela ética e pela firmeza de posições em tudo o que faz.
Vamos esperar agora que Cesar Tralli, que tudo comenta, desde que o assunto não exija comentários, fale do jantar no casarão assombrado de Brusque, que intoxicou o Judiciário catarinense.
Tralli, o fofo das platitudes, que comenta qualquer bobagem para passar a imagem de bom sobrinho, é a nossa esperança. Vai nessa, Tralli, e comenta pelo menos o cardápio indigesto servido aos desembargadores.
Não frustre os que ainda acreditam nos princípios éticos do jornalismo da Globo, mesmo que agora esse jornalismo sofra com o desfalque do grande jornalista ético Rodrigo Bocardi.
Se Tralli não se manifestar, vou esperar a opinião de Fernando Gabeira.
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