Esta semana foi divulgado que a Petrobrás iria aumentar os preços dos combustíveis por pressão dos acionistas para equiparar os preços da distribuidora com os preços internacionais, aumentando os lucros que serão distribuídos aos acionistas.
Os aumentos foram concedidos e o valor do diesel passa de R$ 3,48 para R$ 3,72 para as distribuidoras e a gasolina continua sem reajuste pela Petrobras, mas com o aumento do ICMS que é estadual passa de R$ 6,14 em média nacional para R$ 6,24, já o diesel com aumento do ICMS mais o aumento da Petrobras serão comercializados nos postos por R$ 6,31.
Mais uma vez o governo Lula cede à pressão da direita que defende os lucros exorbitantes dos “investidores” estrangeiros à custa do empobrecimento do povo trabalhador brasileiro, com a distribuição dos lucros da Petrobrás, em dólar, a esses parasitas sociais.
Outra notícia ruim para o povo e para a economia é o aumento do ICMS que afeta os preços dos combustíveis diesel e gasolina. Parece que ao anunciar aumento de ICMS dos combustíveis junto ao aumento dado pela Petrobrás, a intenção é camuflar o aumento do imposto estadual e jogar nas costas da estatal.
O ICMS dos combustíveis aumentou R$ 0,10 por litro de gasolina e R$ 0,06 por litro de diesel. O reajuste foi concedido em outubro passado pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) que reúne os estados.
Ao mesmo tempo temos a notícia de que no ano de 2024 os governos estaduais bateram recordes de arrecadação de impostos com elevação em torno de 12%.
Em São Paulo a arrecadação de todos os impostos chegou ao montante de R$ 269,8 bilhões, o maior valor da história com 13,5% de aumento. Considerando apenas o ICMS o aumento foi de 12,9% com o total de R$ 218,7 bilhões, a quase totalidade do arrecadado. Os preços administrados que incluem combustíveis, energia elétrica e comunicação tiveram aumento de 19% na arrecadação, isso é maior que a média geral de 13,5%.
O Rio Grande do Sul mesmo com a destruição devastadora das enchentes em 2024, também bateu recorde de arrecadação, aumento de 12,79% com R$ 57,8 bilhões. Só com os combustíveis o aumento foi de 35%. Só o ICMS arrecadou R$ 50,8 bilhões.
Houve aumento de 7,1% nas receitas do comércio varejista nos últimos doze meses terminados em novembro, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Considerando apenas o arrecadado com o ICMS a arrecadação dos estados atingiu R$ 129 bilhões, 12% de aumento. Se tomarmos apenas a arrecadação de combustíveis e lubrificantes a receita é de R$ 27,3 bilhões com alta de 22%, quando a inflação foi de 4,83% no período.
O aumento de preços dos combustíveis reflete no aumento da arrecadação do ICMS, diz o Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos estados e distrito federal (Comsefaz), e acrescentamos que também aumenta a inflação.
O Brasil possui todo o petróleo que precisa e a Petrobras tem condições de refinar internamente o petróleo com menores custos. Só não faz porque os governos golpistas de Temer e Bolsonaro que atacaram violentamente a Petrobrás, a BR distribuidora, a Transpetro, dentre outras empresas do sistema Petrobrás.
Com isso precisamos importar gasolina e diesel para o consumo interno, refinados no exterior. As refinarias foram privatizadas quase de graça e quem ganha com isso é o imperialismo através de suas petroleiras. As colônias precisam dar lucros altos e em dólar para sustentar o imperialismo decadente.
A consequência dessa situação com toda certeza cairá no colo do governo federal, afetando negativamente a popularidade de Lula. O aumento dos preços dos combustíveis provoca aumento no preço dos demais produtos, pois o Brasil não tem outra opção que fazer os transportes com base no diesel, o ideal seria aumentar o transporte por ferrovias que é mais barato.
Ademais, aumenta os custos de transportes por caminhões encarecendo o frete e os ganhos dos caminhoneiros, que na maioria são bolsonaristas e que já promoveram paralizações, greves por diminuição dos preços dos combustíveis. Outra questão que pode prejudicar a popularidade do governo e ao mesmo tempo fortalece o bolsonarismo, o governo precisa rever com cuidado toda essa situação e encontrar uma política que permita o país sair da crise.
