Ex-líder da Al-Qaeda é nomeado presidente da Síria

Nesta quarta-feira (29), o Departamento de Operações Militares do governo golpista da Síria nomeou Ahmad al-Sharaa (Abu Mohammad al-Julani) como presidente do país durante “fase de transição”. Al-Sharaa é o líder do Haiat Tahrir al-Sham (HTS), grupo que costumava ser o braço da Al-Qaeda na Síria, e que liderou o golpe imperialista contra o governo nacionalista de Bashar Al-Assad.

Conjuntamente com a nomeação de Al-Sharaa, também foi anunciada a suspensão da constituição da Síria, a dissolução do Partido Baath (de Al-Assad) e da Assembleia Popular (parlamento do país).

Além disto, conforme noticiado pela agência de notícias SANA, citando declaração de Abdel Ghani, porta-voz do HTS, “todas as facções militares e corpos políticos e civis revolucionários são dissolvidos e integrados em instituições estatais” que igualmente anunciou  “a formação de um novo aparato de segurança que preserva a segurança dos cidadãos”, assim como a “reconstrução do exército sírio”.

Ghani também informou que Ahmad al-Sharaa, o presidente golpista, foi encarregado de formar “um conselho legislativo temporário… até que uma constituição permanente para o país seja decidida”.

O HTS, sob a liderança de Al-Sharaa tomaram o poder na Síria no início de dezembro de 2024, em golpe arquitetado e impulsionado pelos EUA, por “Israel” e pela Turquia, este último por objetivos nacionalistas que tendem a colocá-lo em rota de colisão com o imperialismo e com o sionismo. Sob Bashar Al-Assad, a Síria era um aliado do Eixo da Resistência e permitia o fornecimento de armas para o Hesbolá, em sua luta contra o sionismo.

Agora, na Síria pós-golpe, “Israel” invadiu e tomou parte do território da Síria, na fronteira com o Líbano, sem nenhuma oposição por parte dos mercenários do HTS, que continuam coniventes com a presença das forças de ocupação no sudoeste do país. Além disto, perseguições e assassinatos sumários vêm sendo perpetrados contra a população alauita e xiita. Segundo notícia veiculada pelo órgão de imprensa The Cradle, Ahmad al-Shaara, o presidente golpista, considera essa violência legítima, chegando a afirmar que “é normal e pode continuar por dois ou três anos”.

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