Representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra se reuniram com o presidente Lula (PT) nesta quinta-feira 30, no Palácio do Planalto, e afirmaram que retomaram a pauta da reforma agrária com o petista. No encontro, o mandatário ouviu críticas dos sem terra sobre as ações anunciadas para a área e cobraram que ele visite assentamentos a partir de fevereiro.
“Somente 3,5 mil famílias foram assentadas nos últimos dois anos. Nós não podemos admitir que, de um total de 65 mil famílias que estão acampadas, somente 3,5 mil foram assentadas”, disse João Paulo Rodrigues, um dos coordenadores do movimento. “É muito aquém da expectativa, mas é possível ajustar”.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e sua secretária-executiva, Fernanda Machiavelli, também participaram do encontro. Na reunião, segundo os representantes do MST, o chefe da pasta se comprometeu a assentar cerca de 20 mil famílias ainda este ano, mas o número é visto ainda como baixo para o movimento, que pleiteia 65 mil.
Desde que foi eleito, Lula ainda não esteve em um acampamento do grupo. No final do ano passado, os sem terra reforçaram críticas sobre a falta de avanço na reforma agrária e promessas de invasões pelo País em 2025. Os coordenadores do MST afirmaram que apoiam o governo, mas cobraram entregas de novos assentamentos e mudanças na agenda política.
O presidente da República também ouviu apelos por mais orçamento para a Conab, a Companhia Nacional de Abastecimento, e apresentaram sugestões para aumentar a produção de alimentos, uma das principais preocupação de Lula neste ano. Dentre as propostas é para ampliar o limite do Cadastro da Agricultura Familiar, e orçamento para programas de agricultura familiar.