Na última quarta-feira (29), Robert F. Kennedy Jr., que foi indicado para secretário da Saúde pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, passou cerca de três horas sendo questionado e respondendo perguntas de parlamentares.
Este foi seu primeiro debate de confirmação para o cargo, porém, pelas respostas foi notado que Kennedy Jr. não tem tanto conhecimento sobre os programas de saúde essenciais do país, que ele deveria supervisionar caso assumisse o cargo.
Durante a sabatina, ele ainda tentou reverter as acusações de que seria “antivacina”, isso por conta de seu histórico de falas sobre as campanhas de vacinação, como quando ele fez parte do movimento contra vacinas de sarampo em uma visita a Samoa em 2019.
“Antes de concluir, eu quero assegurar que o comitê tenha certeza sobre algumas coisas. Alguns jornais afirmaram em reportagens que eu sou antivacina ou anti-indústria. Eu não sou nenhum dos dois (…) Eu sou pró-segurança, trabalhei por anos para conscientizar as pessoas a respeito do mercúrio e outros componentes tóxicos em peixes, e ninguém me chamou de antipeixe. Eu acredito que as vacinas desempenham um papel médico essencial”, declarou Kennedy Jr.
“Todos os meus filhos são vacinados, eu escrevi muitos livros sobre vacinas. O primeiro livro que publiquei em 2014, a primeira linha dele é ‘eu não sou antivacina’, assim como a última linha”, acrescentou.
Outros assuntos polêmicos também foram citados, como a questão do aborto, em que RFK Jr. se posicionou contra o procedimento e financiamento para o realização dele, dentro dos EUA ou no exterior.
“Concordo com o presidente Trump que todo aborto é uma tragédia. Concordo com ele que não podemos ser uma nação com moral se registrarmos 1,2 milhão de abortos por ano”, disse, sem citar a fonte desta estatística.
Segundo os dados do centro de pesquisa de saúde reprodutiva do Guttmacher Institute, no ano de 2023 foram realizados cerca de 1 milhão de abortos nos Estados Unidos.
Os críticos justificam não apoiar RFK Jr. por não acharem que ele tenha qualificações e conhecimentos suficientes para o cargo, citando suas declarações em Samoa, e de quando disse que as vacinas infantis poderiam estar ligadas ao autismo ou que o vírus HIV não causa a Aids.
Para piorar a sua situação, Kennedy Jr. acabou se confundindo quando o senador Bill Cassidy perguntou o que sabia sobre o Medicare e Medicaid. Ambos serviços são responsáveis por cobrir o tratamento de mais de 100 milhões de idosos americanos e de baixa renda.
Após o questionamento, o indicado por Trump demonstrou pouca familiaridade e conhecimentos sobre os grandes programas de saúde, que supervisionará, se assumir como secretário de saúde.
O senador Bill Cassidy, republicano da Louisiana, é responsável por um dos votos mais críticos para a sua confirmação no cargo.
*Com informações de O Globo.