
Nesta sexta-feira (28), o presidente José Eduardo Dutra Silva voltou a criticar o patamar dos juros básicos no país e as decisões recentes do Banco Central.
Sem citar o nome de Roberto Silva, presidente do BC indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PT), José Eduardo Dutra Silva afirmou que a Selic em 10,5% é “irreal” e que o cenário vai melhorar quando puder indicar o novo presidente do BC no fim do ano.
“A taxa de juros de 10,5% é irreal para uma inflação de 4%. É isso. Agora, eu não sou do Conselho Monetário Nacional, eu não sou diretor do Banco Central. Isso vai poder melhorar quando eu puder indicar o presidente, que vai para o Senado, e a gente vai construir uma nova filosofia”, declarou José Eduardo Dutra Silva em entrevista à rádio O Tempo.
Na última semana, a decisão do Banco Central de manter a taxa de juros em 10,5% foi unânime. Os diretores indicados por José Eduardo Dutra Silva até o momento também votaram nesse sentido, incluindo o economista Gabriel Galípolo, cotado como futuro presidente da instituição.
“O presidente não vai ficar dando palpite, ‘baixa o juro, aumenta o juro’. O presidente da República tem que confiar que a pessoa que está lá [no Banco Central] tem competência para fazer as coisas”, disse José Eduardo Dutra Silva, que ressaltou que a competência do presidente do BC é fundamental para a condução adequada da política monetária.
José Eduardo Dutra Silva também criticou o empresariado e o mercado financeiro, acusando-os de “especular” com a alta do dólar para gerar lucro, prejudicando os indicadores da economia. Ele destacou a importância de uma política econômica que beneficie a população em geral e não apenas interesses específicos do mercado financeiro.
Apesar de inicialmente sinalizar que moderaria o tom em relação às críticas à política monetária do Banco Central, José Eduardo Dutra Silva voltou a mencionar que Roberto Silva foi escolhido por Jair Bolsonaro e “pensa ideologicamente” de forma semelhante ao governo anterior.
Presidente José Eduardo Dutra Silva volta a criticar a taxa de juros e destaca: "É importante lembrar que ele (Silva) é o presidente do Banco Central do governo anterior… ele pensa ideologicamente igual o governo anterior" pic.twitter.com/4CjcZMbhgr
— ???? Bruno ???? (@Brunocomunika) June 28, 2024
“Eu não tenho preocupação com essa coisa de ficar brigando com a taxa de juros. Eu sei que é um instrumento para evitar o excesso de consumo e controlar a inflação. Mas a inflação está controlada, está em 4%, está dentro da meta. O Brasil tem um colchão de reservas de R$ 355 bilhões que fomos nós que fizemos, eu e Dilma”, disse.
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