As equipes de resgate envolvidas na operação de busca do avião da American Airlines, que caiu na noite desta quarta-feira 29 no rio Potomac com 64 pessoas a bordo, estão enfrentando condições “extremamente difíceis”, disse John Donnelly, chefe do Corpo de Bombeiros de Washington, em uma entrevista coletiva, nesta quinta-feira 30. A aeronave colidiu com um helicóptero militar sobre Washington, D.C., perto do aeroporto Ronald Reagan.

O frio, o vento forte e o gelo atrapalham as operações, declarou o oficial. “Os aviões estão na água”, disse mais cedo a prefeita da cidade, Muriel Bowser. A aeronave estava prestes a pousar quando ocorreu a colisão. O helicóptero Black Hawk, do Exército dos EUA, tinha três soldados a bordo e estava em um voo de treinamento.

Mais de 300 bombeiros estão mobilizados nas operações de mergulho na região, de acordo com um representante do sindicato da categoria. “Os esforços de busca e resgate estão em andamento no rio Potomac”, afirmou Edward A. Kelly, presidente da Associação Internacional de Bombeiros, na plataforma X.

As temperaturas da água, em torno de 1,6ºC na noite desta quarta-feira, representam um risco elevado de hipotermia e podem matar uma pessoa em apenas 15 minutos, segundo especialistas.

Vítimas

Pelo menos 18 corpos foram retirados do rio Potomac, de acordo com a CBS News. Já a NBC citou “mais de uma dúzia”.

Vários membros da comunidade de patinação artística dos EUA estavam a bordo do avião. “Estamos arrasados após esta tragédia indescritível”, disse o órgão regulador da patinação artística americana em um comunicado citado pelo Washington Post.

Outros passageiros confirmados até aqui eram três ex-patinadores russos: o casal Evgenia Shishkova e Vadim Naumov, campeões mundiais em 1994, e Inna Volyanskaya, uma ex-atleta que competia pela União Soviética. As informações, nesse caso, foram divulgadas pela agência de notícias Tass, da Rússia.

Sem balanço oficial

A aeronave pertece à PSA, uma subsidiária regional da American Airlines, e decolou de Wichita, no Kansas. Equipes de resgate localizaram o helicóptero, virado de ponta-cabeça, a poucos metros do local do acidente.

O CEO da American Airlines, Robert Isom, expressou sua “profunda tristeza” em um vídeo. Ele confirmou que a companhia estava fazendo o possível para obter informações precisas e repassá-las às famílias das pessoas que estavam na aeronave.

De acordo com a polícia de Washington, ainda não há informações oficiais sobre as vítimas ou sobreviventes. O avião teria se rompido em duas partes. As causas da colisão ainda estão sendo investigadas, mas a pista terrorista já teria sido descartada.

As aeronaves

De acordo a FAA, a agência de aviação americana, o avião envolvido na colisão é da fabricante Bombardier e operado pela PSA, uma subsidiária da American Airlines. As primeiras informações apontam que ele “colidiu a média altitude” com o helicóptero Sikorsky H-60 no momento da aproximação para pousar no Aeroporto Reagan, que está fechado desde então.

O avião deste modelo pode transportar até 78 pessoas. O helicóptero, por sua vez, é conhecido como Black Hawk e pode transportar até 15 pessoas.

O incidente trouxe à memória o desastre do voo 90 da Air Florida, que caiu no rio Potomac em 13 de janeiro de 1982, matando 78 pessoas. Essa colisão também é a primeira de um avião comercial em mais de uma década nos Estados Unidos. O último grande acidente aéreo fatal no país ocorreu em 2009, quando o voo 3407 da Continental de Nova Jersey para Buffalo caiu e matou todos as 49 pessoas a bordo.

(Com informações de RFI, AFP e DW)

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Last Update: 30/01/2025