A Polícia Federal (PF) ampliou em 70% a asfixia financeira sobre o crime organizado em 2024, com apreensões que somaram 5,6 bilhões de reais, contra 3,3 bilhões no ano anterior. O balanço das ações da corporação foi divulgado nesta quarta-feira 29, em Brasília, pelo diretor-geral Andrei Rodrigues, ao lado do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.

O valor não se refere a bloqueios determinados pela Justiça, e sim o que efetivamente foi apreendido pela PF ao longo do ano passado, como veículos, aeronaves, helicópteros, edifícios inteiros e dinheiro em espécie.

“O enfrentamento ao crime organizado só pode ser feito a partir do enfrentamento do poder econômico e da prisão das principais lideranças. E esse é um grande trabalho que temos feito em todas as nossas diretorias de Polícia Judiciária. [O total de 5,6 bi diz respeito] as apreensões do crime organizado na área ambiental, na área de corrupção, de drogas, de todos os segmentos que compõem esse enfrentamento ao crime organizado”, explicou o chefe da PF.

A Ficco, a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado, realizou 222 operações e efetuou mais de 1.000 prisões em 2024. Além disso, os agentes cumpriram 1.907 mandados de busca e apreensão. Ao todo, as ações da força tarefa tirou cerca de 388 milhões de reais das organizações criminosas.

Além do combate ao crime organizado, os dados revelam alta nas apreensões de drogas e uma redução expressiva na concessão de registros e portes de armas de fogo no país.

Foram apreendidas 74,5 toneladas de cocaína e 479,1 toneladas de maconha, crescimento de 2,8% e 15%, respectivamente, em relação a 2023. Além disso, a PF confiscou quase 738 mil pés de maconha (aumento de 76%) e 607.886 unidades de ecstasy (20,7%).

Outro destaque do relatório foi o combate aos crimes ambientais. Conforme a PF, houve uma queda de 30% nas áreas desmatadas no país (11,5 mil quilômetros quadrados). Ao todo, foram instaurados 5.690 inquéritos policiais sobre temáticas ambientais.

Armas de fogo em queda

A quantidade de emissões de porte de arma de fogo para uso pessoal caiu 30% no ano passado, informou a Polícia Federal. Foram 1.727 registros ante 2.469 em 2023.

Também houve uma redução de 11,6% nas emissões de registros de armas de fogo — foram 25.097 no ano passado e 28.402 em 2023. “Tivemos uma redução do registro de armas de fogo e redução também da concessão de porte de armas de fogo, seguindo uma política pública determinada pelo governo brasileiro que nós somos os cumpridores”, afirmou Andrei no evento.

Segundo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, a diminuição das concessões para porte de armas é uma política governamental

“O atual governo tem uma política de desarmar a população e dificultar não só o registro como o porte. O cidadão civil não precisa no seu cotidiano usar armas”, pontuou. “Divulgar o registro e o porte é algo importante para reduzir a criminalidade violenta. Essa é a política do governo que a polícia federal está implementando”.

O número de apreensões de armas realizadas pela PF teve uma significativa diminuição de 40,8%, de 4.713 em 2023 para 2.741, em 2024. Com relação às munições apreendidas, houve aumento de 9,7%, de 200.647 para 220.082.

 

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Last Update: 29/01/2025