O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, falando com expressão de raiva e apontando para o lado
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump – Foto: Reprodução

Há uma certa excitação na narração de uma brasileira que filma o cerco da polícia à casa de um vizinho da frente. A casa está do outro lado da rua, a poucos metros de onde mora a brasileira.

Não se sabe onde o vídeo foi feito, mas a informação é a de que envolve mais uma batida da polícia à casa de alguém em situação irregular e que será encaminhado para deportação.

O vídeo circulou ontem na internet porque mostra o que seria o flagrante da caçada aos imigrantes. E o que a filmagem revela é um pouco constrangedor.

A vizinha filma da janela a casa dos vizinhos sem nenhuma empatia, sem nenhuma emoção, sem citar os vizinhos, como se não soubesse de nada sobre quem mora naquela casa. E talvez não saiba mesmo, nem queira saber.

A moça que filma a cena diz que estava pronta para tomar banho e que ouviu o barulho de um alto-falante. E vai narrando a cena e dizendo que o “sangue de Jesus tem poder” e que está com muito medo.

Em determinado momento, diz: “Oh, gente, isso aí parece coisa de terrorista, sabia, porque eu nunca vi um negócio desses”. E repete: “Sangue de Jesus”.

É o que vai se ver nas cidades americanas. Cidadãos que o próprio Trump considera de segunda classe, por serem imigrantes, filmando os vizinhos de terceira categoria, por serem ilegais. Na base do eu estou legal e eles, que podem ser terroristas, são ilegais.

Trump conseguiu produzir, com a caçada aos imigrantes, cenas que se repetem em outras circunstâncias com remediados, pobres e miseráveis. Alguns imigrantes pobres irão se considerar menos pobres ou menos miseráveis do que os outros. Porque os outros serão os deportados.

Vizinhos que talvez estejam em situação legal (quem vai saber?) passarão a se excitar com a situação da vizinhança ilegal. Em apenas um minuto de vídeo, fica resumido o sentimento de quem espia da janela.

A brasileira vê o que talvez sejam terroristas e faz exclamações religiosas, como se tivesse a proteção das suas crenças. E o vizinho? Quem vai querer saber?

É a miséria humana exacerbada pelo neonazismo de Trump. Miséria, no caso, de quem, considerando-se um imigrante superior, filma e se excita com a tragédia do outro, um imigrante inferior.

Abaixo, o link para a matéria do DCM e para o vídeo:

VÍDEO – Brasileira mostra vizinho imigrante sendo buscado para deportação nos EUA: “Sangue de Jesus”

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Last Update: 29/01/2025