O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, avaliou como “trágico” o desembarque em Manaus (AM) dos brasileiros deportados dos Estados Unidos na última sexta-feira 24, quando os tripulantes chegaram acorrentados e algemados após um problema de ar condicionado na aeronave. As declarações foram proferidas nesta terça-feira 28, após uma reunião com o presidente Lula (PT).
O chanceler ainda afirmou que o Brasil cobrará requisitos mínimos de dignidade nesses casos. Além disso, definiu-se no encontro que não serão usados voos da Força Aérea Brasileira para transportar brasileiros deportados, como tem feito a Colômbia após a crise entre Gustavo Petro e Donald Trump.
“Tivemos uma reunião com o presidente para informar sobre a situação do voo em que foram repatriados 88 brasileiros. O incentivo, além de transmitir, foi também discutir formas de tratar o tema e de se discutir com as autoridades. As repatriações ou deportações devem ser feitas respondendo a requisitos mínimos“, pontuou Vieira.
A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo (PT), anunciou a criação de um centro de acolhimento em Minas Gerais para receber cidadãos brasileiros deportados.
“[Nosso objetivo] é trabalhar para garantir que as famílias não venham separadas, que tenham alimentação”, disse a ministra. “Como recebemos bem todo mundo, precisamos ter esse cuidado. Tem gente que precisa de apoio quando chega. Já temos tratativas para apoiá-los a também encontrar ocupação.”
Brasileiros deportados dos Estados Unidos disseram ter sido agredidos por agentes americanos durante o voo até Manaus, local da primeira parada em território nacional, na noite de sexta. Eles desembarcaram no Aeroporto de Confins (MG), no sábado, após terem sido transportados por uma aeronave do governo brasileiro.
