O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes autorizou, nesta terça-feira 28, o major Rafael Martins de Oliveira a comparecer a uma consulta oftalmológica, desde que o Batalhão de Polícia do Exército faça sua escolta.
A Polícia Federal prendeu provisoriamente o militar em novembro, no âmbito de uma operação contra suspeitos de envolvimento no plano de prender e até assassinar autoridades como o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e Moraes.
A operação da PF, intitulada Contragolpe, foi parte da investigação sobre a trama golpista elaborada para impedir a posse de Lula e manter Jair Bolsonaro (PL) no poder após a eleição de 2022.
A consulta médica de Oliveira ocorrerá na Policlínica Militar do Rio de Janeiro, em data e horário a serem informados ao STF.
Na Contragolpe, a PF prendeu quatro militares do Exército ligados às forças especiais, os chamados “kids pretos”: além de Rafael Martins de Oliveira, os alvos foram o general Mário Fernandes, o tenente-coronel Helio Ferreira Lima e o major Rodrigo Bezerra Azevedo. Outro preso é o policial federal Wladimir Matos Soares.
A polícia teve acesso a mensagens de um grupo de conversas criado pelos golpistas no aplicativo Signal e chamado “Copa 2022”, com o objetivo de monitorar Moraes. Os militares receberam codinomes de países, como Alemanha, Austria, Japão e Gana.
“Apesar de todas as pressões realizadas, o general Freire Gomes e a maioria do alto comando do Exército mantiveram a posição institucional, não aderindo ao golpe de Estado. Tal fato não gerou confiança suficiente para o grupo criminoso avançar na consumação do ato final e, por isso, o então presidente da República Jair Bolsonaro, apesar de estar com o decreto pronto, não o assinou. Com isso, a ação clandestina para prender/executar ministro Alexandre de Moraes foi abortada”, diz o relatório da PF encaminhado ao STF.