Daniel Cravinhos: este nome deve estar gravado em sua memória, como na minha e na da maioria dos brasileiros.
Ele foi condenado a 39 anos de prisão por matar os pais da namorada Suzane Von Richthofen, coautora do crime.
À época, evidentemente, o crime chocou o Brasil inteiro e até virou filme.
O condenado se casou na cadeia com a biomédica Carolina Andrade.
Na cerimônia, a noiva decidiu fazer uma “piada” sobre o crime, tripudiando não apenas as vítimas, mas um país inteiro, ainda embasbacado.
“Vocês sabem pra onde vocês estão indo? Nem vão saber. Já deram um abraço nos seus pais? Há quanto tempo você não vê sua mãe? Não vai ver mais! Eu vou sumir com essa ‘gentinha’”, disse de forma irônica nas redes sociais. Isso beira o inacreditável e é, com toda certeza, inadmissível.
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Debochar de um crime bárbaro deveria configurar outro crime, se vivêssemos em um país sério.
Mas a verdade é que a normalização do absurdo foi apenas a primeira fase de nossa desgraça.
Agora, em vez de normalização, há a celebração da barbárie.
Carolina não foi a primeira, aliás, a tripudiar das vítimas de um crime chocante. Como esquecer os homens fantasiados de cachorros em referência a Eliza Samúdio, esquartejada e jogada aos cachorros?
Em um país em que assistir Datena na TV é considerado entretenimento – o puro suco do “jornalismo” sensacionalista no Brasil – não dá pra esperar outra coisa.
Fazer “piada” de um crime que mexe com o país inteiro – como Isabela Nardoni, Eloá, os Von Richthofen e tantos outros – é uma afronta não apenas à vítima, mas a toda a sociedade.
A “piada” de mau gosto diz muito: normaliza-se a barbárie até que ela não pareça uma monstruosidade, plantando certa indulgência sobre criminosos bárbaros, sobre o que há de pior na humanidade.
Ao se casar com um condenado por assassinato, que já deu provas suficientes de sua crueldade, a noiva demonstra ser, no mínimo, parecida com o homem que escolheu para dividir a vida.
Casar com Daniel Cravinhos já é fazer m*rda o suficiente, mas a mulher precisava, além de tudo, tripudiar da morte de suas vítimas.
Quem faz piada sobre crimes terríveis como este tem, também, as mãos sujas de sangue.
Num país em que não há respeito à vida, por que haveria à morte?
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