
O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, afirmou que não há elementos suficientes para indiciar todas as pessoas mencionadas na delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, no âmbito das investigações sobre a trama golpista durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na primeira delação de Mauro Cid, realizada no último fim de semana, o militar citou 9 das 40 pessoas que acabaram sendo indiciadas pela PF. Entre os citados como parte da ala mais radical estão a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Ambos, no entanto, não foram incluídos no relatório final da investigação, apresentado em novembro.
“No caso concreto, está lá no relatório [final da trama golpista] que não houve a busca de outros elementos que pudessem confirmar que essas pessoas [Michelle, Eduardo e outros não indiciados] tenham participado”, explicou Andrei Rodrigues no programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira (27).

Ele destacou que a colaboração premiada é apenas “um instrumento de obtenção de provas” e que não se pode tomar como verdade absoluta o que o delator afirma: “Não basta o delator anunciar determinadas situações e nós já tomarmos aquilo como verdade absoluta”.
Rodrigues informou que a equipe de investigadores conduziu diligências com base nos relatos de Mauro Cid, incluindo a coleta de depoimentos, análise de dados e outras evidências. “Fomos a campo a partir dos relatos, colhemos mais depoimentos, fizemos extração de dados e chegamos às conclusões apresentadas”, afirmou o diretor.
Ele reforçou que o relatório final da Polícia Federal é completo e consistente. Questionado sobre o tempo necessário para a conclusão do inquérito, Rodrigues argumentou que investigações dessa natureza exigem “tempo de maturação”.
Assista abaixo:
Para o #RodaViva, Andrei Rodrigues fala sobre o depoimento de Mauro Cid, no qual cita o envolvimento de Michelle Bolsonaro em atos golpistas.
Rodrigues relata que os depoimentos de Mauro Cid não foram suficientes para provar a ligação de Michelle Bolsonaro no caso. pic.twitter.com/Xv11qFCVnj
— Roda Viva (@rodaviva) January 28, 2025
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