A posse de Donald Trump nos EUA e a imposição de tarifas sobre produtos asiáticos criam um novo cenário para a economia global. Essas mudanças, no entanto, podem representar uma oportunidade para o Brasil.
Na contramão de muitos economistas do mercado, Erick Isoppo, CEO da IDB do Brasil Trading, acredita que o Brasil tem chances de ampliar sua participação no comércio internacional.
“As tarifas abrem caminho para o Brasil, especialmente no setor de alimentos, onde somos mais competitivos”, afirma.
Exportações brasileiras ganham destaque
Com as tarifas sobre produtos asiáticos, o Brasil pode se tornar um fornecedor estratégico de alimentos in natura e matérias-primas. Além disso, Isoppo ressalta que o país tem produção robusta nesses setores.
“Há oportunidades tanto na exportação quanto na importação, com produtos asiáticos buscando novos mercados”, diz.
Mercado interno atrai produtos redirecionados
As barreiras tarifárias devem levar exportadores a buscar novos destinos, como o Brasil. Por exemplo, países da América Latina já estão mirando o país como alternativa aos EUA.
“Com 214 milhões de consumidores, o Brasil se torna um mercado atraente”, comenta Isoppo. Ele ainda destaca que isso pode gerar ofertas mais competitivas e diversificadas para os consumidores nacionais.
Cenário geopolítico traz alívio temporário
Recentemente, a troca de reféns entre Israel e o Hamas trouxe uma trégua momentânea nas tensões globais. Agora, a atenção se volta às negociações entre Rússia e Ucrânia.
“Um acordo seria decisivo para a recuperação da economia global”, avalia Isoppo.
Desafios internos e perspectivas de crescimento
No Brasil, o governo Lula enfrenta o desafio de recuperar a confiança popular e regular o sistema do PIX. Ao mesmo tempo, medidas como ajustes na taxa Selic podem controlar a inflação e fortalecer o mercado interno.
Com o dólar em torno de R$6 e projeção de crescimento do PIB em 2,5%, o cenário é positivo. Esses fatores podem contribuir para melhorar a competitividade do país no comércio exterior.
2025 de oportunidades
Para Isoppo, o próximo ano traz perspectivas otimistas para o comércio exterior brasileiro. “O Brasil está bem posicionado para aproveitar as mudanças globais e se beneficiar desse novo cenário”, conclui.