A crise da sociedade capitalista se aprofunda a cada ano, recaindo nas costas da classe trabalhadora, com a degradação das condições de vida e trabalho. A superexploração atinge níveis desumanos, e os governos dos patrões aplicam ajustes fiscais e econômicos. O final do ano de 2024 foi marcado por diversos ataques à classe trabalhadora em nível nacional e internacional. No Brasil, a extrema direita defende todo tipo de ataque aos trabalhadores, com projetos privatistas e a flexibilização total dos direitos trabalhistas, mascarando a exploração pelo falso discurso do empreendedorismo. Além disso, o Arcabouço Fiscal, que é um novo teto de gastos do governo Lula-Alckmin impôs mais ajuste fiscal e arrocho contra os trabalhadores, reduzindo mais e mais o orçamento para os serviços públicos, como saúde e educação, e estrangulando os modelos de reajuste do salário mínimo. Não bastasse isso, o atual governo se nega a revogar as contrarreformas trabalhista e previdenciária de Temer e Bolsonaro.
A luta central para os trabalhadores contra a superexploração do trabalho representada pela escala 6×1 voltou à tona com força e apelo popular, como demonstrou a última pesquisa realizada em que mais de 64% da população é contra essa escala. A mobilização popular se fez sentir na greve da Pepsico em novembro último, que durou uma semana, e em outros atos, manifestações, passeatas e mobilizações, como no dia 15 de novembro, em que uma camada expressiva dos trabalhadores foi às ruas pelo fim da escala 6×1 e pela redução da jornada de trabalho. Também no dia 20 de dezembro vários setores foram às ruas novamente, realizando manifestações em supermercados e shoppings.
O governo Lula-Alckmin trabalha a favor da manutenção dessa escala de trabalho, inclusive com a infame declaração do Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, de que essa conquista só poderia ser negociada com a patronal de cada categoria. A paralisia da maioria das centrais sindicais é um obstáculo à luta dos trabalhadores desde a base, pois faz coro a essa postura: joga os trabalhadores em negociações por empresa, dividindo a nossa luta em vez de impulsionarem uma luta política unificada pela redução da jornada de trabalho, usando de métodos judiciais para criminalizar e acabar com o movimento, como no caso do SINDEC (Sindicato dos Empregados no Comércio) de Porto Alegre.
Defendemos uma postura totalmente diversa nessa luta: temos um compromisso incondicional com o fim da escala 6×1 e todas as outras escalas que superexploram os trabalhadores, defendendo a redução da jornada de trabalho sem redução salarial. Defendemos o salário mínimo do DIEESE, o fim da terceirização com efetivação dos atuais terceirizados sem concurso público e a revogação das Reformas Trabalhista e Previdenciária e o fim do Novo Arcabouço Fiscal do governo.
A tarefa de todos os trabalhadores comprometidos com essa luta agora é, principalmente, do trabalho junto às bases de trabalhadores, nos locais de trabalho, constituindo comitês de organização e mobilização nas localidades, que unifique todos os trabalhadores, considerando as especificidades de cada região, incorporando as campanhas salariais como parte dessa luta.
Além disso, devemos todos nos incorporar e construir um calendário nacional de mobilização pelo fim da escala 6×1, exigindo que todas as entidades sindicais e estudantis, movimentos sociais se incorporem e construam um grande plano de lutas. O dia 16 de fevereiro será o 3º Dia Nacional pelo Fim da Escala 6×1 e pela Redução da Jornada, com atos, panfletagens, e mobilizações em todo o país, e chamamos o VAT (Movimento Vida Além do Trabalho) a construir conjuntamente. Também devemos incorporar esse movimento à mobilização para o 8 de março e o 1º de maio, datas históricas de luta da classe trabalhadora. Além disso, devemos promover plenárias regionais que construam encontros estaduais no fim do mês de março, convocadas a partir das organizações, entidades, oposições e independentes de cada região, bem como dos comitês locais.
Todos às ruas no dia 16 de fevereiro
Dia Nacional de Mobilização pelo fim da Escala 6×1 e pela redução da jornada de trabalho
Indicar para ser debatido nos comitês e plenárias regionais:
– Possibilidade de realização de um plebiscito nacional contra a escala 6×1
– Atividades práticas como panfletagens e confecção de lambes para divulgar a luta nas categorias que cada localidade julgar mais estratégicas
– Chamado das mídias de esquerda para divulgar a luta contra a 6×1
– Avaliar campanhas de boicote às empresas que pratiquem a escala 6×1
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