O senador estadual Bradford Blackmon, do Mississippi. Foto: Rogelio V. Solis/AP

Na última segunda-feira (20), o senador estadual Bradford Blackmon, do Mississippi, apresentou um projeto de lei inusitado que proíbe homens de realizarem atividades sexuais sem a intenção de fertilizar um embrião. Nomeada “Lei da Contracepção Começa na Ereção”, a proposta inclui penalidades severas para quem descumprir a medida.

De acordo com o texto, masturbação e relações sexuais sem o objetivo de fertilização seriam considerados ilegais, com multas progressivas: US$ 1.000 (aproximadamente R$ 5,9 mil) para a primeira infração, US$ 5.000 (cerca de R$ 29,5 mil) na segunda e US$ 10.000 (R$ 59 mil) para violações subsequentes.

Apesar do tom provocativo, Blackmon, democrata em seu primeiro mandato, explicou que o projeto tem um objetivo maior. “A vasta maioria dos projetos de lei relacionados à contracepção e/ou aborto foca o papel da mulher. Homens são cinquenta por cento da equação”, afirmou. Segundo ele, a proposta é uma forma de “trazer o papel do homem para a conversa”.

O texto prevê exceções para casos de doação de esperma e uso de métodos contraceptivos para evitar a fertilização. O Mississippi tem uma Assembleia Legislativa dominada por republicanos, liderados pelo governador Tate Reeves, também do Partido Republicano, que precisaria sancionar a medida caso fosse aprovada.

Manifestantes se reúnem em um comício em Ohio, após a decisão da Suprema Corte dos EUA que derrubou direito constitucional ao aborto. Foto: Megan Jelinger/Reuters

Bradford Blackmon reconheceu que a proposta tem um tom irônico. “As pessoas podem se levantar em armas e chamar isso de absurdo, mas não posso dizer que isso me incomoda”, declarou.

O projeto também chama a atenção para o cenário mais amplo nos Estados Unidos, onde o acesso à contracepção e ao aborto está em constante debate.

Segundo o Instituto Guttmacher, ao menos oito estados americanos propuseram ou aprovaram medidas para restringir o acesso a métodos contraceptivos em 2024. Além disso, o KFF, organização que analisa políticas de saúde, revelou que 12 estados têm restrições totais ou quase totais ao aborto, incluindo o Mississippi.

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Last Update: 23/01/2025