Renina Katz Pedreira, renomada pintora e ilustradora brasileira, faleceu nesta terça-feira (21), aos 99 anos, em São Paulo. Reconhecida por suas gravuras que combinavam lirismo e expressividade, a artista transitou entre o realismo social e a abstração ao longo de sua carreira.
Nascida no Rio de Janeiro em 1925, ela começou sua trajetória artística nos anos 1940, explorando elementos do expressionismo em retratos e paisagens cariocas. Estudou xilogravura com Axl von Leskoschek e, incentivada por Poty, aprofundou-se na gravura em metal com Carlos Oswald.
Nos anos 1950, suas obras assumiram um caráter social, destacando trabalhadores urbanos e classes marginalizadas. Suas séries, como o álbum “Favelas” (1956), abordavam temas como os retirantes, com uma estética realista e dramática, inspirada na gravurista alemã Käthe Kollwitz.
Na segunda metade da década, Katz começou a incorporar elementos de abstração, utilizando sugestões para representar paisagens e memórias humanas, mantendo uma técnica apurada que conferia leveza e profundidade às suas composições.
Nos anos 1970, a artista diversificou sua produção ao trabalhar com litogravuras, ampliando suas experimentações tonais e cromáticas. Katz rejeitava a ideia de fases abstratas em sua obra, afirmando que suas paisagens dependiam da interpretação do espectador e que buscava provocar o impacto da liberdade e sua ausência, como na série “Carcéres”.
O velório aconteceu nesta quarta-feira (22), das 10h às 13h, na Funeral Home, em São Paulo.