“O Brasil hoje se divide entre pessoas que querem trabalhar duro para melhorar a vida das pessoas e desenvolver o país, e outras que se colocam na política apenas com um celular na mão com a intenção de ‘lacrar’, sem nenhum compromisso”, afirmou o ministro da Casa Civil, Rui Costa, em entrevista ao programa “Bom Dia, Ministro”, da EBC, nesta quarta-feira (22). Ele respondeu sobre as estratégias do governo diante da enxurrada de fake news propagadas pela extrema direita e as ações do governo do presidente Lula nesse contexto.
“É essencial para o governo trabalhar para que a verdade alcance a população antes das mentiras e transformar em popularidade os dados econômicos”, destacou, ao comentar os resultados econômicos do governo, obtidos em pouco tempo após assumir o país “destroçado e em frangalhos” herdado do governo Bolsonaro. Segundo ele, a gestão anterior deixou milhares de obras paralisadas, especialmente na educação, saúde e no programa Minha Casa Minha Vida.
“Foi um esforço conjunto de toda a equipe. Estamos muito orgulhosos porque tudo o que fizemos em dois anos apenas é muito maior do que foi feito em quatro anos do governo passado. Em várias áreas fizemos três vezes mais e em outras cinco vezes mais”, declarou o ministro.
Resultados positivos
Rui Costa também ressaltou os bons resultados, como o menor índice de desemprego da série histórica, o maior rendimento médio do trabalho (R$ 3.314,00), um recorde na venda de imóveis, com 1,3 milhão de unidades contratadas, e o maior número de turistas estrangeiros no Brasil. “Temos muitos dados positivos”, destacou, mencionando ainda o aumento de passageiros em voos no país.
“É importante que a população perceba esses resultados. Precisamos dar mais capilaridade a essas informações e intensificar o diálogo com a sociedade”, afirmou, destacando o esforço conjunto dos ministros para consolidar as realizações previstas até 2025.
Segundo o ministro, “2025 será o ano das entregas”. Ele explicou que os dois anos de forte crescimento econômico já garantem a base para o futuro. “Vamos consolidar tudo o que foi feito, para que a população tenha a nítida percepção dos avanços em termos de reconstrução do país”, disse.
Sobre os desafios, o ministro enfatizou a necessidade de equilibrar inclusão social e responsabilidade fiscal. “O presidente Lula não abre mão desses compromissos”, pontuou.
Leia mais: Efeito Lula: Minha Casa, Minha Vida impulsiona setor imobiliário
Estratégia de comunicação
Rui Costa destacou que o governo está aprimorando sua comunicação para combater desinformações. “Se o governo não se antecipar, a mentira se instala, e corrigir depois é muito mais difícil. A verdade tem que chegar antes da mentira”, explicou, citando o exemplo recente das fake news sobre o Pix.
Uma das novas diretrizes envolve avaliar previamente as portarias ministeriais antes da publicação, para evitar distorções. “Antes de qualquer norma ser publicada, será montada uma estratégia de comunicação para que o esclarecimento chegue antes”, afirmou. Ele também destacou o foco em rádios e veículos oficiais para ampliar a difusão de informações.
Redes sociais e política
As redes sociais foram criticadas pelo ministro devido ao “pouco compromisso com a verdade”, o que, segundo ele, dificulta a diferenciação entre fatos e desinformação. “Hoje, até notícias de veículos oficiais estão sendo questionadas, porque as pessoas não sabem mais o que é verdade ou mentira”, lamentou.
Ele também abordou a prática política atual, comparando-a a tempos em que debates eram mais produtivos. “É lamentável ver políticos que só buscam lacrar nas redes sociais. Não se constrói uma cidade ou se melhora a vida das pessoas com likes, mas com trabalho e seriedade”, criticou.
Leia mais: “Fake news também é crime”, afirma Gleisi Hoffmann sobre contradições da mídia
Outras pautas
Sobre o preço dos alimentos, Rui Costa informou que o governo estuda medidas para reduzir custos, em parceria com os ministérios da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Fazenda. Ele também destacou a recuperação da terra indígena Ianomami, afetada pela destruição ambiental e social no governo anterior, e o esforço logístico para retirar garimpeiros e reestruturar o modo de vida indígena.
Quanto à COP 30, anunciou que o governo investirá R$ 5 bilhões na infraestrutura de Belém, deixando um legado em saneamento e urbanização. E também mencionou que o Novo PAC já alcançou cerca de 50% de execução financeira, conforme um novo relatório que será divulgado em breve.
Da Redação