O início do ano é um período marcado por um aumento nas fraudes financeiras, especialmente contra Microempreendedores Individuais (MEI). Esse cenário ocorre porque muitos empreendedores iniciam suas atividades ou fazem ajustes nos negócios.
De acordo com Lilian Callafange, analista de políticas públicas, novos empresários são os alvos mais frequentes. “Os golpistas exploram o desconhecimento sobre as obrigações financeiras com mensagens falsas sobre registros e pagamentos”, explicou.
Período de regularização favorece fraudes
Durante os primeiros meses do ano, empreendedores também buscam regularizar pendências financeiras acumuladas. Esse contexto cria oportunidades para golpistas utilizarem mensagens com tom de urgência, ameaçando multas ou bloqueios.
Além disso, o envio de falsas guias de pagamento do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS-MEI) é uma prática comum. Segundo o Sebrae, essas cobranças são encaminhadas por WhatsApp, e-mail, SMS ou correspondência.
Por isso, é importante que as guias sejam geradas apenas nos canais oficiais, como o Portal do Empreendedor, o aplicativo MEI da Receita Federal ou o app Meu Sebrae.
Sites falsos cobram pela formalização do MEI
Os criminosos criam páginas que imitam o visual de portais oficiais para enganar os empreendedores. Nesses sites, eles cobram pela abertura do MEI, algo que é gratuito no portal Gov.br.
De acordo com Enio Pinto, gerente de Relacionamento do Sebrae, “o Sebrae realiza esse serviço gratuitamente pelo 0800 ou presencialmente”. Assim, é importante desconfiar de cobranças relacionadas à formalização do MEI.
E-mails com links maliciosos
Outra estratégia comum dos golpistas é o envio de e-mails fraudulentos. Essas mensagens solicitam correções na Declaração Anual do Simples Nacional (DASN-SIMEI) ou informam supostas pendências de imposto.
Esses e-mails geralmente incluem links ou anexos que comprometem a segurança do computador e permitem o roubo de dados. Portanto, é essencial verificar a veracidade das solicitações antes de clicar em qualquer link.
Cobranças indevidas de taxas associativas
Com frequência, os golpistas enviam mensagens eletrônicas exigindo o pagamento de taxas associativas que não existem. Essas cobranças ocorrem por e-mail, SMS, WhatsApp ou telefone.
Enio Pinto esclareceu que ser MEI não implica o pagamento a associações comerciais. Essas taxas só são devidas se o próprio empreendedor decidir se filiar a alguma entidade.
Propostas de empréstimos fraudulentos
Ofertas de crédito falsas também são recorrentes, especialmente enviadas por WhatsApp, SMS ou redes sociais. Essas propostas podem parecer atrativas, mas é preciso ter cuidado.
O Sebrae orienta que os MEI procurem instituições financeiras conhecidas para verificar a veracidade das ofertas. Sempre que possível, dê preferência a solicitar crédito pessoalmente e diretamente em locais confiáveis.
Por fim, desconfie de mensagens enviadas por canais informais e evite fornecer informações pessoais ou bancárias sem confirmar a autenticidade da oferta.