Aliados admitem que volta de Trump não vai influenciar na situação jurídica de Bolsonaro

Aliados de Jair Bolsonaro (PL) reconhecem que uma possível volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos terá impacto limitado nos processos judiciais que envolvem o ex-presidente brasileiro, conforme reportado pela jornalista Andréia Sadi, do g1.

Embora esperem uma pressão pública de Trump em favor de Bolsonaro, a expectativa é que o ex-presidente americano dificilmente se envolva em assuntos internos do Brasil, especialmente no que se refere às investigações em andamento no país.

A estratégia de políticos próximos a Bolsonaro é continuar utilizando Trump como um aliado político, destacando o alinhamento ideológico entre ambos e a força da direita, além de explorar narrativas que reforçam essa proximidade.

Entre os argumentos que devem ser utilizados está a comparação entre os percursos políticos de Trump e Bolsonaro, após ambos enfrentarem problemas jurídicos e de governança depois de deixarem a presidência.

Contudo, a diferença fundamental entre as situações está na legislação brasileira, especialmente a Lei da Ficha Limpa, que impede a candidatura de Bolsonaro nas eleições de 2026.

Em relação à atuação jurídica, a equipe técnica de Bolsonaro, composta por advogados e assessores, se mostra mais cautelosa.

Embora estejam planejando recorrer a instâncias jurídicas internacionais, a equipe considera remotas as chances de Trump oferecer apoio efetivo para os desafios legais enfrentados pelo ex-presidente brasileiro.

Em uma coletiva de imprensa após sua posse, Trump afirmou claramente que o Brasil não seria uma de suas prioridades, descartando qualquer envolvimento direto nos casos de Bolsonaro.

Em um cenário mais amplo, os apoiadores da extrema-direita no Brasil apostam suas esperanças nas eleições de 2026, planejando um fortalecimento de sua posição nas redes sociais.

Uma das principais estratégias envolve o afrouxamento das regras de checagem de informações nas plataformas digitais, um movimento que estaria em consonância com o alinhamento dos donos das principais big techs com Trump.

Essa medida, caso implementada, poderia ampliar a influência política da direita no ambiente digital, facilitando a disseminação de narrativas favoráveis aos seus interesses eleitorais.

Embora o retorno de Trump à presidência dos Estados Unidos seja visto por alguns como uma possível oportunidade de apoio a Bolsonaro, a falta de foco do ex-presidente americano em questões externas, particularmente no Brasil, coloca em dúvida a eficácia de qualquer ação política significativa nesse sentido.

O cenário sugere que, enquanto alguns apostam no apoio simbólico de Trump e na continuidade das pautas de direita, a realidade jurídica e política enfrentada por Bolsonaro no Brasil exige outras estratégias e abordagens mais concretas, com foco nas instâncias locais e internacionais.

A relação entre os ex-presidentes e as perspectivas de apoio mútuo nas esferas políticas e jurídicas continua sendo um tema de debate, com a expectativa de que, a longo prazo, o movimento político brasileiro voltado à extrema-direita procure novas formas de fortalecimento, especialmente com foco nas mudanças no cenário digital e na aproximação com outras lideranças globais.

Artigo Anterior

Bolsa Família alcança mais de 20 milhões de lares em janeiro

Próximo Artigo

Gilmar quer julgar Bolsonaro ainda em 2025 para evitar conflitos nas eleições de 2026

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter por e-mail para receber as últimas publicações diretamente na sua caixa de entrada.
Não enviaremos spam!