O Ministério Público Militar pediu à Marinha que abra um inquérito para apurar suspeitas de pagamento de propina a integrantes da cúpula da Força. A demanda foi encaminhada em 8 de janeiro ao comandante Almirante Marcos Olsen, mas ainda não houve resposta.
A solicitação acontece à luz de investigações da Polícia Federal sobre um empresário flagrado sacando 345 mil reais em uma agência do Banco do Brasil na Base Naval da Marinha em Niterói (RJ). A abordagem ocorreu em outubro do ano passado.
O empresário flagrado é André Martinez, dono da Transuniversal Pinturas, que tem contratos milionários com o Comando da Marinha há mais de uma década. A PF apreendeu o celular e tomou o depoimento dele.
“Destaca-se, nesse ponto, que, apesar dos elementos probatórios amealhados nesta fase inicial da investigação apontarem que o valor sacado por André Luiz Bione Martinez seria utilizado para pagamento de vantagens indevidas, observa-se que inexistem informações acerca dos destinatários, assim como qual ato de ofício foi praticado”, escreveu a PF.
O motivo foi a suspeita de pagamento de propina a militares. Nesses casos, a investigação ocorre na Justiça Militar.
Como não havia “evidências suficientes para caracterizar os crimes de corrupção ativa ou passiva” à época, argumentou a corporação no documento enviado ao MP, seria necessário o “aprofundamento das investigações, a fim de corroborar ou refutar a hipótese criminal ora relatada”.
Em nota, a Marinha afirmou que não comenta investigações em andamento e ressaltou seu “compromisso com a sociedade brasileira”, além de dizer que “pauta sua conduta pela fiel observância da legislação, valores éticos e transparência”.