O diplomata André Aranha Corrêa do Lago foi escolhido para ser o presidente da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP-30, que acontecerá em novembro, em Belém (PA).
Corrêa do Lago, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, foi indicado pelo presidente Lula (PT) nesta terça-feira 21.
Diplomata desde o início dos anos 1980, ele tem 65 anos e é economista de formação. É o negociador-chefe da diplomacia brasileira em questões ambientais.
Nascido na capital fluminense, o diplomata é formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Foi embaixador do Brasil no Japão, entre 2013 e 2018. De Tóquio, passou à embaixada na Índia, onde esteve até 2023.
Logo após ser confirmado no cargo de presidente da COP-30, Corrêa do Lago disse que se tratava de uma “honra imensa”. “Acredito que o Brasil pode ter um papel incrível nessa COP. A gente vai ter que construir todos juntos — além do do governo, a sociedade civil, o empresariado”, comentou.
Outro importante posto da conferência foi definido nesta terça-feira: Ana Toni, secretária do Clima do Ministério do Meio Ambiente, será a secretária-executiva do evento.
COP-30 sob a nova ordem trumpista
As definições sobre a COP-30, evento considerado prioritário pelo governo brasileiro, acontecem em meio à chegada de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos. Logo em seu discurso de posse, o republicano dobrou a aposta nas promessas de campanha, quando ameçava retirar o país do centro do debate sobre a crise climática.
Logo de início, Trump voltou a sacar os EUA do Acordo de Paris, além de incentivar a exploração de petróleo, às custas da necessidade de acelerar um processo de transição energética.
Na conferência de imprensa que ofereceu após ser confirmado na presidência da COP-30, Corrêa Lago tratou da chegada do republicano ao poder e dos seus efeitos sobre a conferência. Ele afirmou que os EUA são “um ator essencial” e que os norte-americanos têm “trazido respostas na área do clima com tecnologias, com várias empresas envolvidas nesse debate”.
“Estamos analisando a decisão do presidente Trump, mas não há dúvida de que terá um impacto significativo [para a COP]”, admitiu. “É um anúncio politico de muito impacto. Não acredito [em boicote por saída do Acordo de Paris]. Vamos ver com eles de que maneira esse processo pode acontecer de maneira mais construtiva. É uma decisão soberana de um país de sair de um acordo, mas isso não quer dizer que não há uma forma de contornar o acordo.””