O sequestrador Paulo Sérgio de Lima, de 29 anos, que fez dezesseis reféns em um ônibus na rodoviária do Rio de Janeiro em março do ano passado, vai a júri popular. A decisão sobre o caso foi tomada pelo juiz Gustavo Gomes Kalil, da Justiça do Rio, na última segunda-feira 20.
Segundo o magistrado, Paulo Sérgio demonstrou um comportamento agressivo e ameaçador no episódio. Entre as várias pessoas que estavam sob o controle dele, havia uma criança de dois anos. O juiz salientou que a prisão preventiva dele, mantida até agora, se justifica pela gravidade dos crimes e pelo fato de que a sua soltura representaria um risco à sociedade.
Duas pessoas ficaram feridas no sequestro, que durou três horas. Uma delas, Bruno Lima de Costa Soares, sofreu três tiros e ficou dois meses internado.
O sequestro só foi encerrado depois de uma longa negociação com o Bope. Paulo Sérgio admitiu que tinha conexão com o crime organizado. Sobre o caso, em específico, ele chegou a dizer a polícia que foi à rodoviária para fugir do Rio em direção a Minas Gerais, por conta de dívidas contraídas com o tráfico.
Ao chegar na rodoviária, ele alegou que teria chamado a atenção para si. Já no ônibus, quando o motor do veículo apresentou problemas e parou, ele achou que os policiais estavam indo em sua direção. Nesse momento, teria começado o sequestro.