O futuro do pretérito, por Felipe Bueno

À medida que se aproxima o 20 de janeiro, a posse do novo presidente dos Estados Unidos eleva as temperaturas política e social, dentro e fora das fronteiras da nação. Sua vitória foi garantida pelos votos de um contingente movido por demandas econômicas, por preconceitos sociais, por motivações religiosas e – não descartemos! – pela falta de opção, uma vez que a gestão em encerramento não conseguiu dar respostas às demandas – legítimas ou não – de boa parte do eleitorado.

A expectativa agora é por uma versão praticamente ilimitada de liberdade; um substantivo de signicado
altamente pessoal nos tempos em que vivemos, mas que podemos traduzir, a essa altura, pela distância de tudo que se relaciona com o governamental e o burocrático, especialmente taxas e impostos, e pela possibilidade de expressar quaisquer pensamentos, transformando-os em palavras, independentemente das consequências. Ah, claro! Liberdade também signica exercer os direitos de posse e de porte de armamentos, porque o cidadão de bem sabe como e precisa se defender.

O calendário avança e especula-se como o novo presidente, um homem oriundo do show business, se comportará perante as lideranças estrangeiras num mundo que está em óbvia transformação, no qual as relações internacionais se mostram cada vez mais complexas, a diplomacia segue novas regras porque as antigas deixam de funcionar, e a sobreposição entre interesses públicos e privados atinge níveis jamais vistos.

Pergunta-se como o mandatário da nação mais poderosa do planeta reagirá a players agressivos que buscam mercados muito além de suas fronteiras, e projeções são feitas sobre quais serão suas posições relativas aos conitos civis e militares em andamento no mundo, vários dos quais com a participação de homens e armamentos made in USA.

Ronald Reagan, que assumirá a presidência da República dos Estados Unidos em 20 de janeiro de 1985, apreciador de cochilos e jujubas em reuniões importantes, terá certamente um papel decisivo na construção do sistema-mundo do século XXI que vem aí. Uma de suas principais obras será pavimentar a estrada que levará à posse de Donald Trump exatamente 40 anos depois.

Felipe Bueno é jornalista desde 1995 com experiência em rádio, TV, jornal, agência de notícias, digital e podcast. Tem graduação em Jornalismo e História, com especializações em Política Contemporânea, Ética na Administração Pública, Introdução ao Orçamento Público, LAI, Marketing Digital, Relações Internacionais e História da Arte.

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Last Update: 20/01/2025