Ao longo dos 15 meses de invasão militar das tropas israelenses, 90% da população da Faixa de Gaza teve de abandonar suas casas para viver em tendas e escolas. Desde o último domingo (19), os palestinos estão voltando para casa ou para as ruínas delas, como mostram os registros das Nações Unidas.
De acordo com o UN News, os palestinos querem voltar para casa, mesmo que seja para viver em tendas sobre os escombros até que consigam reconstruir seus lares.
“Quando retornamos, encontramos apenas ruínas e destruição”, afirmou Shadi Jomaa Abu Sheha.
Desde o retorno para casa, os palestinos também recuperaram ou ainda procuram dezenas de corpos enterrados sob os escombros na Faixa de Gaza.
De acordo com fontes médicas, em entrevista a Al Jazeera, apenas nesta segunda-feira (20) 97 corpos foram recuperados em Rafah, no sul de Gaza. Já a Defesa Civil estima que 10 mil corpos estão sob os escombros em todo o território.
Mahmoud Basal, porta-voz dos Serviços Civis de Emergência Palestinos em Gaza, afirmou ainda que pelo menos 2.840 corpos foram derretidos após os ataques de bombas de Israel e, consequentemente, não há vestígios deles.
Reconstrução
Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), lançado em janeiro, apontou que a remoção dos mais de 50 milhões de toneladas de escombros em Gaza deve custar até US$ 1,2 trilhão (o equivalente a R$ 7,2 trilhões) e levar mais de 21 anos.
Além do processo de reconstrução que pode se arrastar por décadas, a população pode sofrer ainda de doenças crônicas, como câncer e asbestose (doença pulmonar), tendo em vista a exposição ao amianto – material utilizado para construir os campos de refugiados.
As autoridades locais informaram que os ataques israelenses a Gaza mataram mais de 47 mil palestinos, a maioria deles mulheres e crianças. O desafio agora é tratar os mais de 111 mil feridos em um sistema de saúde colapsado.
*Com informações da Al Jazeera.
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