Cheira muito mal o caso da caça às bruxas contra Alysson Mascaro, empreendido pela direção da Faculdade de Direito Largo São Francisco (USP), em conjunto com o sítio The Intercept, a Rede Record, a Folha de S. Paulo, indo até o governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que baixou medida possibilitando o afastamento de funcionário público antes de sindicância investigativa.

Para além de toda a fraqueza do caso de um ponto de vista jurídico, a ideia de que um bando de marmanjos seria incapaz de reagir fisicamente às ofensivas sexuais de um homem mais velho, por maior que ele seja, simplesmente não convence ninguém.

No que diz respeito à questão jurídica em si, o fato de serem todas denúncias anônimas, sem apresentação de nenhuma prova de crime torna o caso todo simplesmente inexistente.

Além disso, basta uma lida nas supostas “denúncias” do Intercept para se constatar que não há ali nenhum caso verdadeiro de estupro (isso se formos considerar que há alguma realidade nos relatos ali expostos). Se o site não estivesse tentando dar um ar policialesco “sério” para o que está ali escrito, não passariam de desinteressantes contos eróticos homossexuais para solteirões carentes.

Em matéria publicada pela Folha de S. Paulo na última semana, ainda se adiciona um novo elemento aos “causos”: teria o indício de três supostas vítimas mulheres. Embora, o jornal não explique quem seriam essas vítimas e nem dê nenhum indicativo de o que teria acontecido com elas, está ali indicado. É fácil entender o porquê: a história dos frágeis e indefesos meninões de vinte e poucos anos “pegou mal” e é preciso colocar ali três mulheres, que tornariam mais graves as acusações.

Tudo isso não passaria de uma grande patifaria, não fosse pelo fato de que há uma perseguição judicial real contra uma pessoa, acompanhada de uma grande comoção em meio aos alunos de Direito da USP para promover a perseguição a Mascaro. Recentemente um documento assinado por 97 desses alunos ou ex-alunos expressava solidariedade às “pessoas possivelmente vitimadas”, algo ridículo e que mostra a fragilidade das acusações.

É muito preocupante que em uma das melhores faculdades de Direito do país, onde são formados os futuros advogados, promotores, juízes e desembargadores do Brasil, os alunos estejam dando voz a uma campanha de caça às bruxas e farsesca. É evidente que Alysson Mascaro fez ou disse algo que desagradou imensamente alguém muito poderoso, com ligações que vão desde o Intercept, a Record, o governo do Estado de São Paulo, a direção do Largo São Francisco.

É preciso aguardar para ver o que realmente aconteceu, mas é evidente que não há nada de consistente nas acusações e que isso envergonha toda a Justiça brasileira, cuja reputação já está extremamente abalada nos últimos tempos.

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Last Update: 20/01/2025