Caetano Veloso poderá ser o próximo integrante a conquistar o título de “imortal”. De acordo com o colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo, a eleição do músico é bem-vinda pelos integrantes da Academia Brasileira de Letras. A notícia surge após a posse de Gilberto Gil, que sucedeu o jornalista Murilo Melo Filho na Cadeira 20, reforçando a abertura da instituição para nomes da música popular brasileira, sobretudo aqueles ligados ao Movimento Tropicalista, como Caetano.
Para se tornar um “imortal” da ABL, existem requisitos claros. O candidato deve ser brasileiro nato, ter publicado obras de qualidade em algum gênero literário e possuir trabalhos reconhecidos por outros autores. Após a morte de um acadêmico, a vaga é declarada aberta, e os interessados podem se candidatar por carta ou e-mail ao presidente da Academia. A escolha se dá em votação secreta, sendo necessário obter metade dos votos mais um para ser eleito.
O processo que define os novos membros segue uma tradição centenária. Quando ocorre uma perda no quadro de imortais, a ABL realiza a Sessão de Saudade, em homenagem ao confrade falecido. Em seguida, o presidente da instituição anuncia a vacância da cadeira, permitindo que os postulantes se apresentem formalmente. Por fim, os acadêmicos votam, e o resultado consagra o eleito à cadeira vitalícia.
Gilberto Gil, que tomou posse na noite de 8 de abril, exemplifica essa trajetória. Ele foi eleito em 11 de novembro de 2021, com 21 votos, e passou a ocupar a Cadeira 20. Conhecido por sua sólida contribuição à música brasileira e seu envolvimento no Tropicalismo, Gil estreitou ainda mais os laços entre a Academia e a cultura popular. Além da carreira como cantor e compositor, o artista também se destacou na política, tendo sido vereador em Salvador pelo Partido Verde e ministro da Cultura entre 2003 e 2008.
Sua longa vivência nas artes e na esfera pública corroborou a relevância de seu trabalho, fator essencial para a apreciação dos membros votantes. Autor de canções emblemáticas como “Procissão”, “Domingo no Parque” e “Aquele Abraço”, Gil ajudou a revolucionar a música popular brasileira ao lado de Caetano Veloso, Gal Costa, Tom Zé e Maria Bethânia, principalmente através do Tropicalismo.
A possível candidatura de Caetano Veloso reforça a disposição da ABL de reconhecer expressões artísticas que vão além da literatura tradicional. Caso as especulações se confirmem, Caetano terá a oportunidade de concorrer a uma vaga entre os “imortais” e, quem sabe, manter viva a tocha do Tropicalismo, agora também entre as paredes seculares da Academia Brasileira de Letras.
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