Desde outubro de 2023, a Faixa de Gaza tem enfrentado uma das mais brutais campanhas de destruição conduzidas pela ditadura sionista. Na já histórica data de 7 de outubro daquele ano, começou um verdadeiro genocídio, marcado por bombardeios incessantes e a invasão terrestre das forças sionistas, uma semana depois. O ataque culminou em 15 meses de ocupação e devastação, a mais longa ofensiva militar desde a legalização do roubo das terras palestinas pelo imperialismo, em 14 de maio de 1948.

A resposta internacional, apesar de tardia, evoluiu para uma ampla mobilização mundial contra o horror do regime de Netaniahu. Protestos em massa, boicotes econômicos, ruptura de relações diplomáticas e até mesmo decisões judiciais do Tribunal Penal Internacional (TPI) condenando líderes sionistas marcaram o período. Após intensas negociações, um cessar-fogo foi anunciado em 15 de janeiro de 2025, encerrando temporariamente a ofensiva.

Os 15 meses de conflito, porém, resultaram no assassinato de cerca de 47 mil palestinos, em sua maioria civis, predominantemente mulheres e crianças. Mais de 110 mil pessoas ficaram feridas. Segundo estimativas, esse número representa aproximadamente 2% da população de Gaza antes da guerra. Entre as vítimas estão recém-nascidos e idosos, incluindo um bisavô de 101 anos.

Pesquisas indicam que o número real de mortes ainda pode ser muito maior. O colapso do sistema de saúde dificultou o registro de todas as vítimas. Um estudo da revista médica britânica The Lancet aponta que as estatísticas oficiais podem ter subestimado em até impressionantes 41% o total de mortos durante os primeiros nove meses da guerra. Além disso, a destruição de cemitérios, um crime deliberado das forças sionistas, dificultou ainda mais a identificação e sepultamento das vítimas.

O extermínio deliberado de residências foi um elemento central da estratégia sionista. Estatísticas da ONU indicam que 90% das casas em Gaza foram destruídas ou danificadas. Escolas, mesquitas, igrejas e hospitais também foram alvos frequentes. Deslocamentos forçados atingiram 1,9 milhão de pessoas, representando 90% da população. Muitos precisaram se refugiar em abrigos superlotados, frequentemente atacados sob falsas acusações de abrigarem combatentes.

O que restou das moradias era, muitas vezes, inabitável, com problemas estruturais graves que colocavam em risco a segurança dos moradores. Além disso, centenas de prédios históricos foram reduzidos a escombros, apagando a memória cultural e arquitetônica do povo palestino.

Na educação, as consequências do genocídio em Gaza são devastadoras. Mais de 660 mil crianças ficaram sem acesso à educação formal por mais de um ano. De 564 escolas, 534 foram danificadas ou destruídas, e muitas foram transformadas em abrigos. Apesar de serem identificadas nos mapas da ONU, essas instalações foram bombardeadas repetidamente.

Estima-se que os impactos na educação podem atrasar o aprendizado em até cinco anos, criando uma geração traumatizada e sem perspectivas. Essa destruição sistemática revela o objetivo claro de desmantelar o futuro da juventude palestina.

Além disso, durante a ofensiva, 654 ataques foram registrados contra hospitais e clínicas. Mais de mil profissionais de saúde perderam a vida, muitos enquanto realizavam seu trabalho. Por volta do final de 2024, apenas 17 dos 36 hospitais ainda funcionavam parcialmente, com recursos extremamente limitados.

Condições sanitárias precárias agravaram doenças como infecções respiratórias e diarreia aguda. Estima-se que 1,2 milhão de casos de doenças respiratórias e 570 mil de diarreia tenham ocorrido durante o período, exacerbados pela destruição da infraestrutura básica. A falta de água potável, combinada com a contaminação de lençóis freáticos, gerou surtos de cólera e outras doenças infecciosas que vitimaram milhares.

A obstrução deliberada da ajuda humanitária resultou em níveis alarmantes de fome. Relatórios da ONU indicam que a totalidade dos 2,2 milhões de habitantes de Gaza enfrentaram insegurança alimentar. Em setembro, o diretor de nutrição e desenvolvimento infantil do UNICEF, Victor Aguayo, declarou que “bem mais de 50.000 crianças sofrem de desnutrição aguda e precisam de tratamento para salvar vidas, agora”.

A longo prazo, a desnutrição infantil prejudica o desenvolvimento físico e mental, condenando uma geração inteira a sequelas irreversíveis. A destruição sistemática de terras agrícolas agravou ainda mais a crise alimentar. Campos de trigo, oliveiras centenárias e plantações de frutas foram alvo de ataques indiscriminados, comprometendo a recuperação econômica.

Cerca de metade da cobertura vegetal foi destruída, e 40% das terras agrícolas foram inutilizadas. As plantações, que ocupavam 170 quilômetros quadrados antes da guerra, sofreram perdas equivalentes a 38% de sua área total até fevereiro de 2024.

A destruição também atingiu 7.500 estufas, fundamentais para a economia local. Em algumas regiões, como o norte de Gaza, a devastação chegou a 90%. Esses ataques prejudicaram gravemente a segurança alimentar e a recuperação econômica da região. Relatórios ambientais indicam que a contaminação de solos e aquíferos tornou a terra praticamente inutilizável para o plantio por anos.

A campanha genocida da ditadura sionista em Gaza expôs ao mundo a verdadeira face de um regime comprometido com a destruição de um povo inteiro. A resistência heroica dos palestinos e a mobilização internacional demonstraram que a solidariedade global é uma arma poderosa contra a barbárie. A luta por justiça continua, assim como a necessidade de denunciar e punir os responsáveis por esses crimes.

A comunidade internacional enfrenta agora o desafio de reconstruir Gaza. A ajuda prometida pelos países aliados ainda é insuficiente diante da escala da destruição. A reconstrução, no entanto, não pode ser apenas material; deve incluir esforços políticos para garantir que os palestinos tenham autodeterminação e proteção contra novas agressões.

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Last Update: 18/01/2025