Do ponto de vista da diplomacia, não há dúvidas de que o fator determinante para que o governo de “Israel” aceitasse o acordo de cessar-fogo foi a pressão do imperialismo norte-americano. Tanto o presidente eleito, o republicano Donald Trump, quanto o atual presidente, o democrata Joe Biden, passaram por cima do primeiro-ministro israelense Benjamin Netaniahu e anunciaram publicamente o acordo antes dos israelenses, colocando a espada sobre sua cabeça.
Netaniahu só teria duas opções: aceitar o acordo ou aceitar o acordo. Afinal, “Israel” é incapaz de se manter durante uma semana sem o apoio do governo norte-americano.
Apesar de a pressão norte-americana ter sido o que forçou “Israel” a aceitar o acordo, o fator determinante, do ponto de vista da luta de classes, foi a demonstração incansável de combate do Movimento de Resistência Islâmica, o Hamas. Foi o fato de que o Hamas, na vanguarda da Resistência Palestina, se manteve de pé durante mais de um ano de guerra, frustrando absolutamente qualquer avanço por parte da entidade sionista. Algo que fez com que o imperialismo não visse alternativa a não ser partir para o acordo.
O acordo de cessar-fogo é uma vitória histórica de todas as pessoas que lutam contra o imperialismo. Pessoas de carne e osso, mal armadas e mal nutridas, mas absolutamente convictas, combateram todas as forças do imperialismo mundial em túneis numa faixa de terra que é do tamanho de um bairro de São Paulo, debaixo de intensos bombardeios de uma atividade criminosa sem precedentes.
É uma proeza inacreditável e uma derrota muito grande para o sionismo e para o imperialismo. O Hamas, a Jiade Islâmica e todos os combatentes palestinos colocaram em marcha a destruição do Estado de “Israel”. E, desta forma, colocaram em xeque a dominação imperialista sobre todo o Oriente Médio.
A Operação Dilúvio de Al-Aqsa levantou os povos de toda a região, mostrando ao mundo a coragem e a força dos Ansar Alá, no Iêmen, do Hesbolá, no Líbano, e das milícias xiitas no Iraque e na Síria. Como parte do mesmo movimento, a luta da Resistência contra “Israel” ergue a cabeça dos povos de todo o mundo, que acabaram empurrando os governos imperialistas para uma crise ainda mais profunda.
Não há um único governo de um país imperialista que não tenha saído ainda mais enfraquecido depois da operação do Hamas. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sequer se arriscou à reeleição. O governo alemão foi dissolvido. O governo francês se manteve após uma série de golpes. Em menos de 100 dias de governo, o primeiro-ministro britânico já começou a andar na corda bamba.
Que os Estados Unidos, que financiaram e armaram o Estado de “Israel”, tenham imposto um cessar-fogo à entidade sionista é apenas a rendição do imperialismo diante do Hamas.