Na noite dessa sexta-feira (17), o governo israelense aprovou formalmente o acordo de cessar-fogo com o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas). De acordo com a agência Axios, 24 ministros israelenses teriam votaram a favor do acordo, enquanto outros 8 se opuseram. Os meios de comunicação israelenses informaram que o acordo entrará em vigor no domingo.
Na manhã do mesmo dia, o gabinete de Segurança do governo do Estado de “Israel” já havia votado a favor do acordo. O gabinete confirmou que o cessar-fogo entrará em vigor no domingo, embora tenha deixado algumas questões em aberto, como os nomes dos 33 prisioneiros que serão libertados durante a primeira fase de seis semanas do cessar-fogo e quem entre eles ainda está vivo.
A decisão já era esperada no dia anterior (16). No entanto, o primeiro-ministro Benjamin Netaniahu suspendeu a reunião de última hora, alegando que o Hamas estaria fazendo novas exigências. O grupo palestino, no entanto, afirmou serem falsas as declarações de Netaniahu.
Ainda que o acordo já tivesse sido anunciado pelo Hamas e pelos mediadores Catar e Estados Unidos no dia 15 de janeiro, o governo israelense estava adiando uma confirmação para tentar evitar uma crise ainda maior na coalizão governista. Setores da extrema direita, que têm grande peso no regime, ameaçaram publicamente de abandonar o governo caso o acordo fosse assinado.
Segundo a emissora israelense Canal 12, vários ministros Haredi deixaram a reunião do gabinete de Segurança do Shabat (sábado judeu), mas deixaram notas instruindo o secretário do gabinete que apoiam o acordo. Entre esses ministros estão Michael Malcheli, do Shas, juntamente com Yitzhak Goldknopf do United Torah Judaism.
Após o anúncio do gabinete de Segurança, o presidente de “Israel”, Isaac Herzog, saudou a decisão, afirmando que “este é um passo vital no caminho para manter o compromisso básico que uma nação tem com seus cidadãos”.
De acordo com a imprensa israelense, Itamar Ben-Gvir, minsitro da Segurança Nacional e o ministro das finanças de extrema direita, Bezalel Smotrich, votaram contra o acordo, enquanto os outros ministros votaram a favor. David Amsalem, um ministro que não faz parte do plenário de votação do gabinete de segurança, levantou a mão em oposição durante a votação.
O presidente francês, Emmanuel Macron, disse que os cidadãos franco-israelenses Ofer Kalderon e Ohad Yahalomi estão no primeiro grupo de prisioneiros a serem libertados. As libertações serão escalonadas. No domingo, espera-se que três reféns israelenses sejam libertados, seguidos por mais quatro no sétimo dia e novamente no final de cada semana do cessar-fogo.
O Ministério da Justiça de “Israel” divulgou uma lista parcial de 95 prisioneiros palestinos que serão libertados na primeira fase do acordo. Entre eles, a parlamentar palestina Khalida Jarrar, 61, uma figura proeminente na Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP).