O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta sexta-feira 17 não planejar uma candidatura em 2026 e reforçou a intenção de permanecer no cargo até o fim do governo. Ponderou, contudo, que a decisão cabe ao presidente Lula (PT).

Haddad seria um candidato natural do PT à Presidência caso Lula decidisse não disputar a reeleição.

“Não tenho intenção de ser candidato em 2026”, declarou o ministro em entrevista à CNN Brasil. Em 2018, quando o Judiciário impediu Lula de concorrer, Haddad assumiu a tarefa e perdeu no segundo turno para Jair Bolsonaro (PL).

O chefe da equipe econômica disse ter o plano de continuar na Fazenda até o fim do ano que vem. “É uma atribuição que não é minha, não posso dizer uma coisa que compete ao presidente”, ressalvou. “É uma pergunta constrangedora porque compete ao presidente responder.”

O histórico do ministro

Haddad lidou na última década com a ascensão ao estrelato no PT ao mesmo tempo em que sofreu decepções em disputas eleitorais.

Figura de confiança do presidente, atraiu a simpatia do comando do partido por não se recusar a executar tarefas delicadas, como a de substituir Lula no pleito de 2018.

Dois anos antes, em 2016, viveu de perto o momento mais difícil enfrentado pelo PT nas últimas décadas. Naquele ano, o partido sofria com o auge da Lava Jato e vivia o processo que levaria à derrubada de Dilma Rousseff da Presidência.

Haddad, então prefeito de São Paulo, sofreu um duro revés em sua tentativa de reeleição: perdeu ainda no primeiro turno para o então tucano João Doria e se tornou alvo de questionamentos de petistas. Foi o momento mais desafiador do professor na vida política.

A chegada à prefeitura de São Paulo, em 2012, veio na esteira de uma bem-sucedida passagem pelo Ministério da Educação, entre 2005 e 2012 – portanto, em governos de Lula e Dilma. Tem entre suas conquistas a criação do Sistema de Seleção Unificada, o Sisu, a implementação do ProUni e a expansão do Fies e do Enem.

Haddad também tem entre seus atributos, aos olhos do comando petista, uma boa capacidade de articulação. Foi, por exemplo, uma figura central na estratégia de viabilizar Geraldo Alckmin (PSB) como vice de Lula.

Em 2022, manteve-se em primeiro lugar nas pesquisas sobre a eleição para o governo de São Paulo, mas foi surpreendido na disputa contra o bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos).

A mais recente derrota de Haddad nas urnas, porém, não abalou a confiança de Lula, que, segundo petistas, nunca considerou deixá-lo de fora do primeiro escalão do governo.

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Last Update: 17/01/2025