O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se recusou a explicar por que se escondeu por duas noites na embaixada da Hungria em Brasília em fevereiro de 2024. Em entrevista ao jornal The New York Times, disse que o motivo é “segredo”.
O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes afirmou em abril do ano passado não haver elementos a demonstrarem que Bolsonaro buscou asilo diplomático, mas manteve medidas cautelares.
“É segredo. Talvez um dia você descubra”, disse Bolsonaro ao NY Times ao ser questionado sobre o esconderijo. Antes, afirmou: “Quem sabe? Talvez eu tenha um amante lá”.
Questionado se considera normal passar duas noites na embaixada, afirmou caber a ele decidir. “Eu poderia estar brigando com minha esposa. Não vou dizer. Assim como quando falo com as autoridades, não digo que fiz. Nada vaza de mim. Zero.”
Em 8 de fevereiro de 2024, a Polícia Federal deflagrou a Operação Tempus Veritatis, a fim de investigar a trama golpista para impedir a posse de Lula (PT) em 2022. Na ocasião, a corporação apreendeu o passaporte de Bolsonaro, uma medida determinada por Moraes.
Quatro dias depois da operação, o ex-presidente foi à embaixada húngara.
Em novembro, a PF indiciou Bolsonaro no inquérito do golpe por organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Uma eventual denúncia cabe à Procuradoria-Geral da República.