A lista de assassinatos cometidos pelo Mossad, serviço secreto israelense, reconhecidas publicamente é bastante extensa. Em casos como o assassinato covarde de Ismail Hanié, líder do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe), e de Saied Hassan Nasseralá, líder do Partido de Deus (Hesbolá), todos apontaram diretamente o dedo para o Estado terrorista de “Israel”.

Há, no entanto, milhares de casos em que a participação do Mossad não vem à tona. E casos em que essa participação, ainda que muito provável, não foi efetivamente comprovada.

É este o caso da misteriosa morte do tenente-coronel aviador José Alberto Albano do Amarante, engenheiro eletrônico formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Embora o seu atestado de óbito conste que foi vítima de consequências de uma leucemia arrebatadora, a família de Amarante acredita que o militar foi mais uma vítima do Mossad.

Na década de 1980, quando ocupava uma posição importante na engenharia brasileira, José Alberto Albano do Amarante estabeleceu uma parceria com o Iraque de Saddam Hussein, que sempre teve uma relação muito ambígua em relação ao imperialismo. Hussein, apesar de ter liderado uma contrarrevolução contra o Irã, sempre foi um inimigo de “Israel”.

A relação entre Iraque e “Israel” vivia uma grande tensão no período, uma vez que a entidade sionista havia lançado um ataque aéreo ao reator nuclear de Osirak, no Iraque, que vinha sendo construído pelos franceses. O ataque ocorreu em 7 de junho de 1981, usando aeronaves F-15 e F-16 fornecidas pelos Estados Unidos. 10 soldados iraquianos e um engenheiro francês foram assassinados durante o ataque aéreo.

O mais importante indício de que “Israel” esteve envolvida na morte de Amarante é o fato de que um agente israelense do Mossad, de nome Samuel Giliad, vivia em São José dos Campos na época em que Amarante foi morto, mas deixou o País logo após ele vir a óbito.

Nascido na Polônia, Giliad era apelidado de “Mister Pipe” por fumar cachimbo. Ele passou a morar em São José dos Campos em 1979 para gerir o Hotel Eldorado, que hospedava muitos estrangeiros, civis e militares, envolvidos em atividades industriais e científicas na área. Ele era descrito como “extremamente simpático”, o que teria lhe permitido ter acesso a informações valiosas.

Giliad tentou se aproximar de Amarante, mas este sempre recusava os seus convites. O agente do Mossad, então, passou a frequentar o dentista que atendia o militar, procurando marcar horários logo depois dele.

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Last Update: 17/01/2025