Um inquérito da Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo aponta que mais de dez agentes são suspeitos de repassarem informações privilegiadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
Entre os envolvidos estão policiais com passagem pela Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), tropa de elite da PM, e de outros batalhões.
Ao menos 14 policiais e ex-policiais são citados no documento, mas nem todos são suspeitos de vazar informações. O inquérito foi aberto em outubro de 2024, após o órgão receber uma denúncia sobre o conluio entre policiais e o PCC.
“Criminosos faccionados estariam sendo beneficiados com informações relevantes, fornecidas por militares da ativa e da reserva, além de ex-policial”, afirmou a Corregedoria da PM. “Foi possível coletar indícios de convivência de policiais militares com criminosos faccionados, assim como a constatação de patrimônio incompatível com a renda de alguns dos envolvidos”, acrescentou.
Segundo as investigações, haveria dois núcleos na PM associados ao PCC: um composto por integrantes da Rota e outro por policiais de outras unidades. No caso dos agentes da Rota, a investigação aponta que eles integravam a agência de inteligência do batalhão e “tiveram acesso às informações sigilosas de operações policiais em andamento”.
Dois PMs que integravam a escolta particular do empresário Antônio Vinícius Gritzbach, morto a tiros no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, são citados no ofício da Corregedoria. No entanto, o documento não confirma o envolvimento dos agentes entre os PMs que passavam informações a criminosos.