O filósofo e professor Clóvis de Barros Filho, 58, enfrenta a doença de Behçet, uma condição autoimune rara e sem cura que afeta o sistema imunológico e causa inflamações, especialmente nos olhos. Diagnosticado há dois anos, ele se adaptou ao uso de óculos escuros para evitar a luminosidade e segue um rigoroso tratamento com imunossupressores e anti-inflamatórios. Apesar das limitações, Clóvis mantém uma rotina intensa, dividida entre palestras, gravações e a escrita de livros.
Doença de Behçet
A doença de Behçet foi identificada na década de 1930 e é mais prevalente entre asiáticos, tornando o diagnóstico do filósofo ainda mais surpreendente. “Achei que fosse alergia à tinta de jornal ou pólen de flor”, comentou Clóvis durante entrevista à Folha.
Apesar das dificuldades, o acadêmico mantém uma postura filosófica em relação à vida e ao futuro. “Com uma doença em nível elevado, como é o meu caso, a possibilidade de deixar de existir se torna parte do cotidiano”, refletiu. Ele também defende o desapego às expectativas e prioriza o momento presente. “Não faz sentido orquestrar a vida de hoje pensando em 20 anos à frente”.
Autor de diversos livros, Clóvis lançou recentemente “Projeto de Vida: Caminhos para uma Vida que Valha a Pena”. A obra desafia o gênero da autoajuda e propõe uma abordagem reflexiva sobre as escolhas e a existência. “Comemoro cada dia suplementar”, afirmou.
A condição também trouxe mudanças na perspectiva do filósofo sobre as redes sociais e os padrões acadêmicos. Ele enfatiza a importância de se conhecer profundamente e explorar novos caminhos. “A vida que vivo hoje não segue um roteiro pré-definido. Cada passo é uma reinvenção”, comentou.
Conheça as redes sociais do DCM:
⚪️Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
🟣Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line